Então você pensa que é humano?

Minhas últimas aquisições de livros foram feitas de maneira mais ou menos impulsiva. Vejamos.

Eu nunca ouvi falar em Sérgio Gallo. Há meses me deparei com o seu “Fábula humana“, de “ensaios e reflexões”, e lembrei do meu mestre, Mayrant Gallo. Dei uma olhada na capa, na orelha, mas não me impressionei.

Por duas outras vezes me deparei com o livro, na mesma livraria, em arrumações diferentes. Decidi que, por isso, iria comprá-lo. Mas não o coloquei como uma prioridade.

No último sábado folheei pra valer o livro. Um dos textos me fez decidir que eu o compraria o mais rápido possível, coisa que fiz no dia seguinte.

Os temperamentos mais frios têm menos a perder na morte, mas também menos a ganhar da vida. Os contemplativos se arriscam menos, mas também desfrutam menos. Ninguém leva vantagem, ninguém é campeão diante da indesejada. Vê-la como inevitável já reduz seu impacto. Quanto maior a revolta diante dela, maior o sofrimento. Olhemos um cão morto, uma ave abatida; não seremos diferentes, se esquecermos o espírito.”

Do texto “A morte dói mais no coração que no intelecto”

***

Tampouco sabia algo sobre Felipe Fernández-Armesto. Agora sei apenas o que diz a orelha de “Então você pensa que é humano? – Uma breve história da humanidade“.

Ao contrário do que o nome faz parecer, Felipe é inglês e doutor em história pela Universidade de Oxford. Ohhhhh!

E me interessou muito o título do livro. Gostei de verdade. Eu sou assim, gosto de títulos de livros. E de capas. A capa dele é muito bonita. Justamente da Mariana Newlands, de quem já falei um pouquinho aqui.

Não li muita coisa do livro, ainda não tive tempo. Mas só o fato de o autor colocar em xeque a nossa humanidade – porque para mim, nós, humanos, não temos nada de humanos – já é um grande motivo para lê-lo. Coisa que farei o mais breve possível.

Não sabemos o que significa estar vivo, assim como não sabemos o que significa ser humano – mas temos uma percepção de como é pela nossa experiência: significa sofrer, perceber o sofrimento e sentir tristeza, desgraça, culpa e dor – e conhecer a bondade, o amor, a alegria e a paz, só porque também experimentamos a perda dessas condições, a sua ausência e o oposto delas. Não é de admirar que questionemos a natureza humana: graças a Eva ou à evolução, isso faz parte do trato. E seja a natureza humana o que for, os dilemas e a insatisfação estão entre os seus resultados.”

Do capítulo “Futuros pós-humanos”

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