Das madrugadas escrevendo

Não sei a quem disse isso, mas já percebi que funciono melhor de madrugada. Estou falando de escrita, ok?

Sempre que faço uma prova, passo uns 20 ou 30 minutos olhando pro teto, ou de cabeça baixa, pensando em como começar a maldita avaliação. Fiscais de vestibulares e concursos sempre ficam com uma pulga atrás da orelha quando estou na sala. Teve uma vez, quando fui fazer o vestibular da UFPB, que um dos fiscais ficou 30 minutos em pé, atrás da minha cadeira, olhando pra mim. E eu lá, paradão, esperando bater a vontade de começar a responder a prova.

Pela manhã eu sou sempre um pouco mais lerdo que o normal.

Às vezes acontece de, depois que deito para dormir, uma idéia para um texto que vinha se repetindo ao longo do dia tomar forma e eu ter de levantar para escrever. Não dá pra perder esses momentos. Quando um texto praticamente se apronta por inteiro em sua mente, não dá pra perder. Tem que registrar o mais rápido possível. Todos os contos inacabados que tenho foram iniciados pela manhã. Tudo o que de melhor (não, isso não é um elogio a mim mesmo) tenho escrito foi escrito já madrugada adentro.

E na última madrugada aconteceu de novo. Eu precisando escrever uma resenha, e nada tinha escrito. Eu sabia que, se deixasse para escrever durante a manhã ou tarde do outro dia, não iria sair algo bom. Preferi perder a noite e escrevê-la de uma vez. Foi um texto mais difícil, por ser sobre um livro informativo, tipo de livro que não tenho costume de resenhar, mas foi um texto muito bom de ter sido escrito, porque foram feitas anotações, escrevi primeiro o miolo, depois o final e, por último, o início. Eu construí o texto, fiz os blocos e os encaixei. É quase como num poema que escrevi.

Fiquei cansado, não posso negar. Mas ver o texto pronto, e ver que ele saiu bem feito, compensa o cansaço.

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