Um dia desses ligaram pra livraria, eu atendi, e perguntaram assim: “vocês vendem livros?”. Prendi o riso, respondi bem rápido: “sim, pode falar” e tapei o fone com a mão, pra poder rir, enquanto o sujeito falava. Rapaz, que coisa.
É comum também perguntarem “você já leu esse?”. Ou então que a gente indique um livro bom da área de psicopatologia, sei lá.
Tem ainda aquele que fala assim: “rapaz, estou procurando um livro, mas não sei o título nem o autor; mas lembro que a capa dele é vermelha”. Fácil, não?
Isso quando não perguntam pelo “lançamento recente” ou “lançamento novo” de algum autor.
Falando nisso, um dos donos contou o caso de um senhor que chegou procurando um lançamento de Euclides da Cunha…
E um outro caso de um livro esotérico: certa vez, um rapaz procurou o livro, e ele estava na estante A. Ele ficou de comprar depois e, quando foi novamente na livrairia, o tal livro estava numa estante B. Mas não foi desse vez que levou, ainda. Na terceira e derradeira vez, não conseguiu encontrar o título. Perguntou pelo livro, e o encontraram numa estante C. E então comentou: “todo dia esse livro está num lugar diferente, por que?” Ao que um dos donos respondeu: “rapaz, esse livro é poderoso demais; às vezes a gente coloca ele lá em cima, quando vai ver, ele está lá embaixo; as meninas têm até medo.” O cara levou o livro na hora.
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