“Eu, no fundo, sou muito romântico.
Gosto das mulheres por todas as razões e não apenas pelos seus seios, pelo seu rabo, pelas suas ancas e pela sua.
Gosto muito de mulheres.
Está-me no sangue.
Se uma mulher me pedir:
– Quero que subas até ao 10º andar pelas escadas e de lá do alto quero que grites que me amas; se uma mulher me pedir isto é claro que eu não vou subir a lado nenhum, nem gritar nada – que não sou de gritos – mas de certeza que lhe vou dar um beijo.
Elas não resistem a isto.
Ser romântico é dar beijos em qualquer situação.
Elas pedem-nos uma outra coisa e nós zau: um beijo.
Elas choram e nós zau: 1 beijo.
Riem à gargalhada e nós, zica: 1 beijo.
É assim:
beijos, beijos, beijos.
Sou romântico, mas não sou palerma.
Subir de escadas até ao 10º andar por causa de uma mulher?
Nem pensar.”
Eu bem que poderia ter escrito isso, mas é mais um trecho de um dos poemas, “42“, de “O homem ou é tonto ou é mulher“, de Gonçalo M. Tavares.
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