Vocês viram nos jornais: uma empregada doméstica foi espancada por um grupo de cinco jovens no Rio de Janeiro, no último fim de semana.
Desses cinco, quatro são universitários. Quase com certeza fazem faculdade particular. Se aqui, na cidade, a mensalidade de uma faculdade particular já é cara, imagine no Rio de Janeiro. Ou seja: todos os rapazes são filhinhos de papai.
Os jornais estão batendo muito na tecla de que eles são universtários. E estão certos. Afinal, supõe-se que quem estuda tem esclarecimento e algum pouco de juízo. Todo mundo faz bobagem, todo universitário e jovem faz besteira. Eu mesmo já bebi pra caramba nessa vida, mas nunca cheguei ao ponto de praticar qualquer ato de vandalismo ou de violência.
Um dos jovens disse que eles pensaram que Sirley, a empregada doméstica espancada, fosse uma prostituta. Como é que é isso? Quer dizer que se ela fosse uma prostituta ela poderia ser violentada? Que mentalidade de abóbora é essa desse rapaz?
Não bastando o imbecil dizer um absurdo desses, o senhor Ludovico Ramalho, pai de um deles fala que já pediu desculpas à Sirley, como se isso fosse resolver alguma coisa. Não contente em dizer isso, disse mais: “Eu queria dizer à sociedade que nós, pais, não temos culpa disso. Eles cometeram um erro? Cometeram. Mas não vai ser justo manter crianças que estão na faculdade, que estão estudando, [que] trabalham, presos.”
Não, seu Ludovico. Os meninos têm mesmo é que ficar soltos, pra daqui a mais uns dias aprontarem outra dessas, ou pior. E o senhor tem culpa sim, como não? O senhor e os outros pais. Vocês criaram as peças. Se não criaram bem, se deixaram eles soltos demais, se não viram que eles andavam em más companhias, a culpa é de vocês, com certeza. Por essa declaração dá pra ver o tipo de pai que o cara é.
Esses rapazes têm mais é que ficar presos. Que coisa é essa, meu santo Cristo? Tem mais é que ficar presos, e serem obrigados a prestarem serviços à comunidade, como parte da pena.
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