Quem acompanha futebol – e principalmente quem torce para o Fluminense ou para o São Paulo – conhece o atacante Washington, conhecido também como Coração Valente, que ontem, quinta-feira, anunciou o fim de sua carreira como jogador, aos 35 anos de idade.
Até então atleta do Fluminense, Washington foi contratado pelo São Paulo – meu time do coração – no final de 2008, meses depois de ter ajudado o Flu a despachar o Tricolor do MorumTRI da Taça Libertadores daquele ano. (O Flu, para quem não lembra, foi vice-campeão do torneio.)
Como torcedor, fiz de conta que esqueci o fatídico jogo e comemorei a contratação de Washington. O time precisava de alguém com sua garra e com seu talento para fazer gols. Infelizmente, W9 não teve uma passagem tão vitoriosa no São Paulo. Enquanto ele esteve lá, o tricolor paulista não conquistou nenhum título, e a inconstância do time acabou prejudicando o atacante, que não brilhou por lá o quanto merecia. Tanto que, em meados de 2010, voltou para o Fluminense, insatisfeito que estava em ficar no banco de reservas do São Paulo, que contava com Fernandão (ex-Internacional, ex-Goiás etc.) e Ricardo Oliveira (ex-Milan, ex-Betis etc.).
No Fluminense, juntamente com Muricy Ramalho (técnico tricampeão brasileiro com o São Paulo, em 2006, 2007 e 2008), conquistou o título do Campeonato Brasileiro do ano passado, tendo participado, inclusive, da jogada do gol do título. Washington vinha há 15 jogos sem marcar, e antes do último jogo do campeonato ele chegou a declarar, não exatamente com as palavras a seguir, que a falta de gols cairia bem se fosse recompensada com o título. Dito e feito.
Quem pouco acompanha futebol não tem ideia do que Washington passou para chegar onde chegou. Ele quase teve sua carreira encerrada por problemas cardíacos. Daí vem seu apelido de Coração Valente. Washington precisou fazer uma cirurgia de cateterismo, se recuperou e, quando voltou a jogar, em 2004, no Atlético Paranaense, foi nada menos que o artilheiro do Brasileirão daquele ano, com 34 gols, sendo até hoje o maior artilheiro da competição.
Por sua raça em campo, por seu inconformismo em ficar na reserva, por sua dedicação à profissão e, mais que tudo, por sua força de vontade em superar uma adversidade tão séria como o problema cardíaco e, ao contrário do que muitos diziam, conseguir voltar a jogar futebol em grande estilo, admiro muito o Washington. Este post foi a maneira que encontrei de externar isso e de prestar uma pequena homenagem ao jogador.
Valeu, Washington!
* Post escrito ao som de “Carioca”, de Chico Buarque, que é tricolor doente.
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