Pra quem não sabe ou não lembra, em 2008 trabalhei numa livraria, durante alguns meses. Pouco tempo depois de eu ter começado lá, um cliente chegou procurando pelo livro de um autor baiano chamado Antonio Risério. Fiz a boa e velha consulta no sistema pelo nome do autor, e nada. Como o cliente não lembrava o nome do livro, ficou por isso mesmo. Ele meio que reclamou sobre não termos lá o título, falou que deveríamos ter mais livros de autores baianos por lá etc., e aí, por coincidência, tinha chegado o novo do Ruy Espinheira Filho, “De paixões e de vampiros“. Eu falei algo do tipo “opa, mas temos autores baianos, sim”, e comentei do Ruy. Fui lá, peguei o livro, mostrei a ele, e sem pestanejar ele comprou.
Fiquei de pesquisar sobre o Risério e dar um retorno para ele quando soubesse de algo. Ele me deu um cartão com o email dele e o site que mantém, o Blog da Feira. Ou seja: estou aqui falando de Jânio Rego.
Acho que acabei encontrando algo sobre o Risério – no dia, na loja, eu tinha digitado “Rizério” – na internet e falei pro Jânio. Poucos dias depois, ele passou por lá e comentou que o livro do Ruy era uma beleza. Eu, que já estava curioso, acabei comprando também, por conta do comentário do Jânio.
Meses se passaram e eu li o livro. E achei um primor. E resolvi que iria resenhá-lo. E que iria entrevistar o Ruy. E que iria publicar tudo em um veículo impresso.
Quem acompanha o blog sabe que tudo isso aconteceu. Se você não sabe do que estou falando, lá vai: está lá, na revista Conhecimento Prático Literatura nº 25, a matéria sobre o livro do Ruy. (A revista está nas bancas, comprem!)
Agora, vejam que coisa: não fosse eu ter ido trabalhar na livraria, não fosse o Jânio ter ido procurar o livro do Antonio Risério, não fosse o livro dele não ter chegado ainda e não tivesse o Jânio comentado sobre autores baianos, eu não teria falado do romance do Ruy, ele não teria comprado, lido e depois comentado comigo que tinha gostado muito, eu não teria comprado o livro por causa do elogio dele e não teria escrito a resenha nem entrevistado o Ruy e nem publicado nada na CP Literatura.
Que coisa, não?
Portanto, valeu, Jânio!
Sobre o livro do Risério: chama-se “A utopia brasileira e os movimentos negros“. Meses depois chegou lá na loja e o Jânio comprou. Reservei um pra mim e, algum tempo depois, comprei também.