Uma ideia para a editora Leya

Os prêmios literários estão dando o que falar este ano. Depois da polêmica em torno do Jabuti – que, pasmem, ainda não acabou – e do Jô Soares na entrega do Portugal Telecom, a surpresa vem por conta do Premio Leya, promovido pela editora portuguesa que há pouco tempo chegou ao Brasil.

Não houve vencedores na edição 2010 do Prêmio. Segundo o júri, “perante originais que, apesar de algumas potencialidades, se apresentam prejudicados por limitações na composição narrativa e por fragilidades estilísticas, o Júri entendeu que as obras a concurso não correspondem à importância e ao prestígio do Prémio Leya no âmbito das literaturas de língua portuguesa”. (Fonte/Maiores detalhes: Publishnews.)

É algo no mínimo preocupante. Quer dizer, então, que não houve nenhum original decente? O que acontece com os milhões de aspirantes a escritor que existem no Brasil e em países de língua portuguesa? Estão lendo pouco? Confiando cedo demais no próprio taco?

Eu não me inscrevi no Prêmio, não sei se feliz (imagina o trauma?) ou infelizmente (vai que eu ganho?), até porque não tenho ainda um romance pronto. Daí vai minha ideia para a Leya, já que estão com 100 mil euros – valor do prêmio para o vencedor – “boiando”: dividir os 100 mil em cinco partes e criar um novo concurso, mas desta vez não para originais prontos, e sim para projetos em andamento. Os interessados enviariam o projeto e o que dele já estivesse escrito, para que a editora avaliasse. Os cinco vencedores receberiam os 20 mil euros da editora e se dedicariam por 1 ano à finalização do romance. Dessa maneira, a editora não revelaria apenas 1 talento, mas 5.

A ideia não é original, lógico. A Bolsa de Criação Literária da Funarte funciona mais ou menos dessa forma, mas o número de contemplados é maior, assim como o tamanho da verba destinada a cada autor. Mas, para quem está começando, 20 mil euros – ou reais, que seja – já é bom demais, não?

É isso. A garrafa foi lançada ao mar. (E meu projeto está prontinho.)

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