Vou lhes dizer o que eu faria se fosse um jornalista político decente, mas medroso.
Procuraria amigos jornalistas que estivessem revoltados com todo esse mar de lama que existe na política. Esses amigos certamente não seriam apenas de minha cidade, mas de várias outras. Precisariam ser pessoas de extrema confiança, porque todos estariam envolvidos num projeto diferenciado e arriscado.
Com eles, levantaria as mais diversas e sigilosas informações. Fatos, apenas fatos. Acontecimentos que podem ser provados e que merecem ser investigados. Sobre quem? Políticos, claro.
Abriríamos um blog. Sob um único pseudônimo, postariamos todas as sujeiras que nossos empregadores não permitem que sejam publicadas nos jornais, revistas ou mostradas na televisão. Além disso, enviaríamos as denúncias com as provas – cópias de documentos, fotos, gravações etc. – para a Polícia Federal. E colocaríamos no blog que teríamos enviado.
Os posts seriam feitos de lan-houses dos mais vários locais do Brasil, para não haver chance de sermos descobertos.
Se tudo desse certo, políticos de todo o Brasil seriam presos. Não muitos, é verdade, porque não teríamos provas suficientes para incriminar todos. Mas já seria alguma coisa.
Mas, claro, isso jamais vai acontecer. Afinal, mesmo com tudo o que foi dito e publicado nos últimos tempos, nos mais diversos jornais e revistas, José Sarney não foi investigado, o que um blog anônimo poderia fazer de diferente?
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[…] os trolls, são, claro, o problema. Mas, num caso como o que eu propus mês passado, neste post, não vejo nada de mais. Nem nos casos apresentados no primeiro parágrafo deste post. Aliás, quem […]