Progressed, do Take That

Lançado em junho de 2011, “Progressed” traz oito canções gravadas após o lançamento absurdamente bem-sucedido de “Progress”.

Apesar de mais curto, “Progressed” mantém a proposta de “Progress”, que é fazer um pop diferenciado, alternativo. E, talvez pela quantidade de músicas ser menor, fica a impressão de que “Progressed” é ainda superior a “Progress”.

“When we were young”, que abre o álbum, é uma canção tranquila, acústica, sem os sintetizadores e ruídos utilizados pelo grupo nessa nova fase da carreira. Sua simplicidade e aparente sinceridade faz com que ela seja também uma bela canção, a exemplo de “Shame” (dueto de Robbie Williams e Gary Barlow). Ela fala daquele sentimento de invencibilidade que tem a maioria dos jovens. Mas, como diz o título, a proposta é fazer uma reflexão sobre isso agora que estão mais velhos.

A segunda faixa é “Man”, e com ela volta o tom crítico, presente em quase todas as músicas de “Progress”. No caso de “Man”, o tema principal parece ser a pressão que todos nós sofremos para sermos boas pessoas. Porém, a música começa enumerando as maiores fragilidades da espécie humana. Fragilidades que parecem ser a origem do que é dito em alguns versos do refrão: “criando o que não podemos reverter/ nada será o mesmo novamente/ você teve tudo, você teve tudo/ você perdeu o controle e deixou acontecer de novo/ estamos esperando o fim do universo”.

“Love, love”, a terceira faixa, é de longe a mais contagiante dos dois discos. Apesar de falar sobre a brevidade da vida (“nós não temos muito tempo aqui/ e o tempo viaja rápido demais”), “Love, love” é, na verdade, uma ode ao amor. Mas não o amor romântico, e sim ao amor puro, ao amor que move o mundo e muda as pessoas. O amor por ele mesmo, por assim dizer. No refrão, a banda pergunta: “Por que você não ensina seu coração a sentir/ e dá a você amor, amor” e “Por que você não ensina seu amor a falar/ e dá a você amor, amor”.

“The day the work is done” é mais uma música que mostra preocupação com o estado atual das coisas. Isso é visível no refrão (“So don’t start thinking we can start again/ Start a riot in the streets my friend/ Or they’ll start pulling us apart again/ Cos idle hands make idle men/ Don’t start thinking with your heart again/ Cos idle hands make idle men”), cuja tradução mais ou menos literal é “Então não comece a pensar que podemos começar de novo/ Começar uma revolução nas ruas, meu amigo/ Ou eles vão começar a nos separar de novo/ Porque mãos ociosas fazem homens ociosos”.

“Beautiful” vem depois, e a partir dela “Progressed” perde um pouco de qualidade. Talvez o “problema” de “Beautiful” seja sua melodia, porque sua letra, apesar de não ter nada de mais, não é ruim – parece ser o discurso de despedida de alguém, e a mensagem é boa, apesar de batida (“Deixe tudo que é simples passar por você/ Deixe tudo o que vive ser livre para morrer/ Nós somos tudo, nós somos todas as chaves da vida”). A ela segue-se “Don’t say goodbye”, que, assim como “Wonderful world”, que encerra o disco, faz lembrar o A-Ha em seus momentos menos alegres, mas os bons momentos. São duas boas canções, apesar de não terem a mesma pegada das quatro primeiras. Entre elas está a única equivocada de “Progressed”: “Aliens”. Não é uma música ruim, mas sua letra, que diz sermos nós os aliens, é um mistério.

No fim das contas, o saldo de “Progressed” é mais que positivo. Fica o desejo de que o Take That continue trabalhando com essa formação, e que o novo álbum não tarde a ser lançado, apesar do pouco tempo de vida de “Progress” e “Progressed”.

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