Por um mundo melhor

Depois de um bom tempo de especulações, o Woodstock Brasil – na verdade, o SWU Music and Arts Festival – foi confirmado. O SWU, que é a sigla de “Starts With You” (“começa com você”, em uma tradução literal), acontecerá “nos dias 9, 10 e 11 de outubro na Fazenda Maeda, localizada no município de Itu, a cerca de 70 km de São Paulo”, segundo informações do site do evento.

Além de shows de diversas bandas – Linkin Park, Pixies, Incubus e Dave Matthews Band já estão confirmadas -, por lá vai acontecer também “o Fórum Sustentável, palco onde especialistas, pensadores, políticos, empresários e representantes de entidades não governamentais discutirão com o público alguns dos principais temas da sustentabilidade no século 21″. Esse evento, aliás, é talvez mais importante que os próprios shows. Sou um dos muitos que adorariam estar lá apenas para ver as bandaças que provavelmente virão (Paul McCartney é um dos muitos nomes cotados para se apresentarem), mas as discussões que estarão em pauta são muito mais importantes que o espetáculo.

Pode parecer mentira, mas existem pessoas que não veem nada de anormal acontecendo ao redor do mundo, que não acham nada estranho o calor absurdo que faz em certos lugares ou o derretimento de calotas polares. Os que defendem o chamado “mundo sustentável” são muitas vezes ridicularizados. Há exageros tanto por parte dos céticos quanto por parte de alguns ambientalistas, é verdade, mas não se pode ignorar o fato de que é necessário fazer tomar algumas atitudes urgentemente. Se nada for feito, o mundo não vai acabar, como dizem alguns. (Até porque a Terra resistiu àquele meteoro que provavelmente caiu por aqui e provocou a extinção dos dinossauros, lembram?) Mas a vida humana certamente terá seu prazo de validade encurtado – e muito.

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Estamos acompanhando nos últimos dias os desdobramentos das chuvas que vêm castigando o Nordeste, provocando mortes e destruição em várias cidades, sendo que os estados de Alagoas e Pernambuco foram os mais prejudicados até o momento. Meses atrás tragédias aconteceram no Rio de Janeiro, em São Paulo e também no Sul do país.

Desta vez, a situação ficou grave no Nordeste. Talvez o caso mais emblemático das recentes chuvas seja Branquinha, uma pequenina cidade de Alagoas que foi quase totalmente destruída por causa da enchente resultante da subida de nível do rio Mundaú, em cujas margens a cidade foi erguida. O que talvez muitos não saibam é que o município já havia passado por situação parecida em 2000 e em 2008, segundo informações da Folha de São Paulo do dia 24/06 (link disponível para assinantes).

Algumas medidas simples poderiam ter evitado a tragédia que vem sendo noticiada. Tomo a liberdade de citar aqui um trecho da reportagem escrita pelo jornalista Eduardo Geraque:

“É uma enchente anunciada”, diz Anivaldo Miranda, membro do comitê da bacia hidrográfica do Rio São Francisco.

Para o ambientalista, duas medidas relativamente simples, e mais baratas do que a reconstrução das cidades, deveriam ter sido tomadas pelo poder público.

“O barramento estratégico dos rios para regular a vazão e a recomposição das matas ciliares [vegetação das margens dos rios] ajudaria bastante a amenizar as enchentes”, afirma Miranda.

Estamos em um ano de eleição. E é nas urnas que podemos definir mais ou menos como será o futuro do nosso país, do nosso estado, da nossa cidade. O que desejamos para o futuro? Apenas o crescimento econômico ou uma país melhor? Precisamos estar atentos para as propostas dos candidatos e votar não por causa de este ou aquele fator, mas sim pelas propostas apresentadas e, mais que isso, pelo caráter e integridade do candidato. Assim como ninguém salva o mundo sozinho, não se elege alguém sozinho, mas assim como jogar o lixo no lixo é fazer sua própria parte, fazer uma boa escolha na hora de votar também é fazer sua própria parte.

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Em tempo: quem quiser fazer doações para as vítimas das enchentes pode encontrar informações no link que acompanha esta frase. Se cada um de nós puder fazer uma doação, mesmo que pequena, certamente ajudará muito.

Em tempo (2): o escritor pernambucano Sidney Rocha organizou uma coletânea de contos destinada a reverter todo o lucro de vendas para as vítimas das enchentes. O livro terá participação de autores como Ronaldo Correia de Brito, Raimundo Carrero, Alberto Mussa e Marcelino Freire. Uma ideia que merece ser aplaudida de pé. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

Em tempo (3): quer plantar uma árvore sem sujar as mãos? É só seguir o @plantearvore no Twitter. Para cada seguidor, uma árvore é plantada.

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