Caramba, como pude esquecer! Não falei dos livros que trouxe de Sampa!
Viajei com a consciência de que não iria comprar nada. Ou, se fosse comprar, que fosse muito pouco. Antes de viajar eu tinha enviado um email para o Julio, pedindo pra ele levar um livro para o encontro do Digestivo, porque eu queria trazer o livro pra cá porque, teoricamente, eu teria tempo de ler etc.
Ele disse que não ia levar porque ia me mandar depois ele e uns outros. E eu pensei que seria melhor mesmo, assim não voltava com mais peso pra casa.
O negócio foi que, ao chegar no encontro, o Julio disse: “Rafa, trouxe uma caixa pra você, mas aí você vai ter que se virar pra levar no avião”. Eu pensei que fosse brincadeira, mas aí ele apontou pra baixo e lá estava a caixa, recheada de livros. E eu fiquei pensando: “putz! como é que vou levar isso pra casa?”.
No mesmo encontro, a Elisa Andrade Buzzo, colunista do Digestivo, me presenteou com um livro também: um conto de Machado de Assis, “Terpsícore“, publicado pela Boitempo Editorial em 1996. E agora me dou conta de que a Elisa não fez dedicatória. Fiquei tão surpreso com a presença dela que acabei esquecendo de ver isso na hora.
Engraçado foi chegar na pousada com a caixa de livros. O cara da recepção deve ter imaginado zilhões de coisas. “Será uma bomba aí dentro? Um animal em extinção? Armas? Drogas?”
No dia seguinte, fomos à Livraria Cultura duas vezes. Não lembro se já nesse dia compramos algo. Acho que não, eu estava tentando me controlar. Além disso, foi nesse dia que fomos à Brasileiros, e voltei de lá com a edição de dezembro em mãos – detalhe: nem nas bancas de São Paulo ela estava à venda, ainda – e com o romace “Vidas novas“, de Ingo Schulze, que será resenhado por mim na revista.
(Ah, perainda! Eu anotei as datas nos livros.)
No dia 11, sexta-feira, mesmo dia da visita à Brasileiros, comprei o livro “The dumbest generation“, de Mark Bauerlain. É, comprei no original, mesmo sem ter inglês fluente. Fiquei entre comprar ele e uma coletânea da Dorothy Parker, também em inglês, mas resolvi deixar a Dorothy para depois. Se não leio fluentemente em inglês, por que o comprei, então? Simples: porque quero muito lê-lo e as editoras aqui parece que tão cedo não o traduzem. Além disso, talvez seja uma boa maneira de melhorar nem que seja um pouquinho meu inglês.
No dia 12, sábado, completamos 5 anos de relacionamento. Foi, portanto, um dia especial. Não perfeito, porque algumas coisas não deram certo, mas foi um dia especial. Neste dia, comprei a biografia de Clarice Lispector (“Clarice,“) para Cassia. Ela me deu uma camisa, a qual devo vestir hoje, na virada do ano.
No dia 13, domingo, um vacilo: vi o cd do Them Crooked Vultures na Nobel de um shopping que fomos com Fabiana e Romulo, mas não comprei porque iríamos passar na Cultura e imaginei que fosse encontrar o disco lá. Vacilo enorme, até porque o preço da Nobel estava bem em conta. Mas tudo bem, aguento mais algum tempo sem o cd original. Como nossa partida seria no dia seguinte, queria comprar algo bem legal na Cultura, antes de irmos embora. Acabei comprando a revista Serrote nº 1 e “O imitador de vozes“, de Thomas Bernhard, porque o Julio fala tão bem do autor que eu fiquei curioso em lê-lo.
Sobre a caixa, que estava um pouco pesada (acho que tinham uns 13 livros dentro dela, ou mais, e alguns volumosos), a solução encontrada foi: colocar metade dos livros na mala e, no lugar deles, algumas roupas. Dessa forma a caixa ficaria mais leve e eu poderia levá-la como bagagem de mão.
Além do cd do Them Crooked Vultures, ficou pendente meu Moleskine de jornalista, que quero comprar para carregar quando sair – o tradicional, em formato de caderno normal, quero deixar pra escrever em casa – e o disco de uma garota que descobrimos no táxi que pegamos do aeroporto de Congonhas para a pousada: Anna Luisa. Ouvimos, no caminho, sua interpretação de “Cachaça mecânica”, música composta pelo tremendão Erasmo Carlos – engraçado: a autobiografia dele foi um dos livros que o Julio colocou na caixa. Adoramos a música e procuramos o disco dela na Cultura e na Nobel, mas não encontramos. Cassia também não conseguiu encontrar a agenda que queria, mas acabou encontrando aqui na cidade.
E agora acho que foi.
2 Trackbacks
[…] no site do Digestivo Cultural e dois post´s complementares “Detalhes da Viagem” e “Mais detalhes sobre a viagem”, publicados no seu site […]
[…] deixou ler no banheiro -, li o livro no metrô – já com ele em papel, depois de pegar meu exemplar na sede da Brasileiros. Na volta, ainda no avião, arquitetei a resenha, e voltando de Salvador pra cá, no carro da […]