Literatose

Eu andava, então, com a doença que o próprio Onetti chamou de literatose, uma doença a que sempre sucumbem os aspirantes a escritor, os fervorosos artistas adolescentes das províncias, e em virtude da qual o sujeito transforma a literatura em sua religião, seu absolutismo e seu martírio, inclinando-se a preferir os escritores mais obviamente literários e a imaginar esse ofício como uma espécie de sina ou sacerdócio místico.

Antonio Muñoz Molina, no prefácio de “47 contos de Juan Carlos Onetti“, diagnosticando a minha doença. Sobre os contos do livro, não tenho muito a dizer, por enquanto. Li apenas alguns, e são muito bons.

Pra quem não conhece Juan Carlos Onetti, ele é um daqueles casos de escritores injustamente pouco conhecidos. Felizmente está sendo (uso correto do gerúndio, certo?) redescoberto e mais divulgado aqui no Brasil.

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