Ontem, domingo, por volta das 20:20, saímos, Cássia e eu, para ver se alguma das padarias aqui por perto estava aberta. Não é lá uma boa hora, mas também não estava tarde. Fomos andando tranquilos, vimos que estava fechada a padaria que poderia estar aberta e voltamos. No meio do caminho, dois malandrinhos passaram por nós, de bicicleta, deram uma “espiada básica” em nós, dobraram numa rua adiante e pararam no meio dela, como se estivessem com algum problema na bicicleta.
Na verdade, eles queriam apenas saber onde iríamos dobrar. Como seguimos reto, eles voltaram para a rua principal e começaram a nos seguir. Percebemos isso e começamos a pensar no que fazer. Apressar mais ainda o passo e ir pra casa ou dobrar na rua seguinte e entrar numa igreja que tem por aqui? O mais ridículo é que estávamos do lado direito da rua, e eles do lado esquedo. Do lado de lá, havia gente indo e vindo, mas nem isso não os intimidou.
Como o caminho para casa estava pouco movimentado e meio escuro, viramos na rua da igreja. Por sorte, os fieis estavam todos na porta, conversando etc. Tinha um pipoqueiro lá, compramos pipocas e esperamos os malandros passarem direto. Depois de alguns minutos, voltamos a seguir nosso caminho e chegamos são e salvos em casa.
O problema é que, a meu ver, não deveríamos ter corrido esse perigo. Porque foi um perigo, sim. Não dá pra engolir a história de que não tem como resolver a questão da (in)segurança pública. E aí não me interessa se a responsabilidade é do governo municipal ou estadual. O governo federal tem o dever, a obrigação de intervir e melhorar o policiamento nas cidades. Não sei como, não sou o presidente da república nem ministro de nada. Mas tenho o direito – aliás, o dever, acho – de reclamar e exigir que algo seja feito. Não é algo fácil de ser resolvido, claro. Mas existem alguma medidas que podem ser tomadas de imediato, como melhorar a iluminação das ruas e aumentar o número de policiais circulando pelos bairros, por exemplo.
Eu já falei aqui uma vez e repito: a situação só piora. Estamos – e agora me refiro a todos nós, cidadãos de bem – à mercê de bandidos, acuados em casa e paranoicos fora dela, olhando para todos os lados o tempo inteiro enquanto estamos andando por aí, temendo ser assaltados a qualquer momento. As coisas não deveriam ser assim. Não faz muito tempo, passamos por perigo semelhante, num domingo à tarde. Num domingo à tarde, repito, em plena avenida. Pessoas têm sido assaltadas pela manhã. Cássia mesmo já foi assaltada num bairro vizinho à faculdade, em plena luz do dia. Pior, há alguns metros apenas de um batalhão da polícia militar. Enfim, um absurdo.
E os bandidos agora já não “apenas” roubam. Eles agridem física e verbalmente, e muitas vezes matam sem motivo algum, mesmo quando a vítima não esboça reação alguma. De certa forma, vivemos numa espécie de prisão domiciliar. Não ficarei chocado se daqui a algum tempo começar a ouvir um toque de recolher. Parece que isso faz parte da “evolução” das coisas.
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[…] Já falei aqui sobre a insegurança pública, já falei aqui que nosso bairro era mais tranquilo mas que nos últimos tempos sempre ouvimos tiros por perto, e agora eis que temos um imbecil dando tiros em frente à nossa casa. Enquanto isso, o governador da Bahia, Jaques Wagner (ele é do PT, só pra constar), está mais preocupado em garantir uma aposentadoria vitalícia para ele, para quando acabar o mandato. […]