Há 3 anos, São Paulo sofreu a maior onda de ataques contra o Estado em toda a sua história. Tudo começou na noite da sexta-feira, dia 12 de maio de 2006. Cerca de 12 mil detidos foram liberados das cadeias, graças ao indulto concedido por causa do Dia das Mães. Muitos desses homens saíram com uma missão a cumprir: iniciar uma série de atentados, catalisados pela transferência de oito dos principais líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), dentre eles Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, para a sede do DEIC (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), em São Paulo, e depois para a penitenciária de segurança máxima, em Presidente Bernardes.
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Resultado: a maior cidade da América Latina simplesmente parou. Escolas cancelaram aulas, o comércio fechou as portas, e-mails espalharam o boato de que haveria um “ataque de violência às 18 horas” e São Paulo foi tomada por um inusitado megacongestionamento no meio da tarde, com pessoas aflitas por chegar às suas casas.
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Sofremos uma miopia histórica e esquecemos rapidamente de acontecimentos que não poderiam cair no oblívio. Por causa disso, e movido por saber que em outubro estreará Salve Geral, o primeiro longa de ficção passado durante aqueles dias de maio de 2006, comecei a escrever no Twitter uma série de posts com a hashtag #ha3anos. Muitos compartilharam lembranças sem sequer saber do contexto original, e por isso convidei alguns amigos blogueiros para escreverem, neste dia 15 de maio de 2009, textos resgatando o dia em que São Paulo parou, aproveitando também para discutir a segurança pública no país.
O post inteiro vocês lêem leem no Pensar Enlouquece, Pense Nisso.
Porque mais que ter obrigação de lembrar, não podemos esquecer certas coisas. A cada dia que passa a falta de segurança aumenta. Enquanto isso, políticos dizem que estão se lixando para a opinião pública e constroem castelos com o dinheiro público. Enquanto isso, o presidente Lula diz que tudo não passa de marola e o governador de São Paulo José Serra aparece com uma lei que, se não é idiota, é no mínimo menos importante que outra série de coisas. Como a segurança pública, por exemplo. A criminalidade em São Paulo vem aumentando desde 2008. E é assim em todo o Brasil.
Aqui, por exemplo. Moramos num bairro razoável – há locais mais “complicados”, mas o bairro sempre foi predominantemente tranquilo – e ultimamente têm sido raros os dias em que não ouvimos um tiro e depois sabemos que um bandido matou outro. A bandidagem está expandindo seus domínios e começam a ameaçar a tranquilidade de lugares que antes não estavam acostumados a assaltos e tiroteios.
Enquanto isso, em Brasília…
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