Eu me meto em cada uma

No meu último texto publicado no Digestivo, falei sobre jornalismo. Mas, não sendo eu jornalista, por que diabos inventei de escrever sobre o assunto?

Vocês lembram do caso Estadão, certo? Bem antes disso, o Julio, editor do Digestivo, propôs aos colunistas e colaborados um especial chamado “Para onde vai o jornalismo?”. Como a maioria dos textos publicados no especial era a favor do jornalismo on-line, uma espécie de “neo new journalism”, digamos assim, fui contra a maré e escrevi um texto favorável ao jornalismo impresso (e?) tradicional. Do mesmo jeito que fui contra o que disseram da campanha do Estadão.

“Rafael, pára de enrolar e vai direto ao ponto”.

Minha coluna não teve repercussão nenhuma. Aliás, pelo visto, jamais serei um polemista (não que eu queira ser, não é isso). Mas, por mais que eu tente deixar alguém nervosinho, não consigo (a não ser que esse alguém seja mulher e eu exagere nas brincadeirinhas). Achei que conseguiria com o texto em questão, mas não deu certo.

Acontece que encontrei uma referência ao texto no blog da Laura Storch. Ela diz o seguinte:

“O colunista passa a matéria elogiando o trabalho de pesquisa do jornalista Eric Nepomuceno, mas não segue o padrão: Eric fez pesquisa de campo, mas também se alicerçou em pesquisas científicas, por exemplo. Não seria interessante fazer o mesmo em relação ao jornalismo? Sim, as pesquisas em jornalismo no Brasil são sérias, e também estão preocupadas com as transformações tecnológicas…”

Vamos cortar a parte do “passa a matéria elogiando o trabalho de pesquisa do jornalista Eric Nepomuceno”, coisa que, a rigor, não fiz. Elogiei, sim, o Eric, mas foi coisa de alguns trechos. Mas não escrevi este post para falar isso.

A Laura tem razão quando fala que eu não sigo o padrão. Realmente, não fiz pesquisa alguma para redigir a coluna. Tudo que escrevi foi com base em constatações minhas e opiniões pessoais. Melhor seria se eu não tivesse escrito.

Ao criticar de uma maneira geral o jornalismo feito em blogs e sites, justamente falando em credibilidade e veracidade de informações, escrevi um texto sem informação nenhuma, baseado apenas em minhas crenças.

Não é o fim do mundo, mas o correto seria eu não ter publicado o texto do jeito que lá está. Deveria ter dito que não sou jornalista e que a intenção da coluna não era fazer um estudo sobre jornalismo impresso e jornalismo on-line; que são apenas opiniões de um leitor e colaborador de sites literários.

Entendam: não estou aqui “desdizendo” tudo o que eu disse. Mantenho cada vírgula, cada letra que está no texto. Mas não posso dar outra mancada dessas, falar sobre um assunto que não conheço profundamente, sem fazer uma boa pesquisa.

Mas é como dizem: vivendo e aprendendo. Na próxima, tomo mais cuidado.

Pra terminar: minha cisma, com o jornalismo on-line, além da qualidade das informações fornecidas, é também com a qualidade dos textos escritos. Escreve-se muito mal na rede. É muito fácil encontrar erros de concordância e grafia, inclusive aqui neste blog. A impressão (sem trocadilho) que tenho é que nos veículos impressos há uma maior preocupação e um maior cuidado com tudo isso. É óbvio que existem veículos na rede com a mesma preocupação e o mesmo cuidado (o Digestivo é um exemplo), mas não são muitos.

Enfim, já escrevi demais.

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