De como os medíocres atrapalham os bons

Conversando por email com o Luis Eduardo Matta, bom escritor e boa praça, tive um insight que deveria ter tido há mais tempo: a culpa de tudo o que reclamo na literatura contemporânea é dos autores medíocres que são festejados como bons.

A praga dos novos autores se espalha dia após dia e, desde que isso começou, os bons autores, os verdadeiros autores contemporâneos (alguns jovens, inclusive), são colocados em segundo plano (ao invés de serem colocados no segundo caderno – do jornal, no caso).

Os bons autores contemporâneos, alguns deles citados aqui neste blog há alguns posts, é que deveriam ter seus livros resenhados e festejados. O relançamento de toda a obra de Charles Kiefer pela Record é que deveria ser destaque nos jornais e blogs. A reedição de toda a obra de Flávio Moreira da Costa é que deveria ser comentada. O romance inédito de Menalton Braff, que será lançado em breve, é que deveria estar sendo aguardado por leitores ansiosos. O novo livro de contos de Mayrant Gallo, que deve ser lançado ainda este ano, é que deveria ser a sensação do momento.

E não o festival de palavrões e histórias sem pé nem cabeça (e muito mal escritas) que é a literatura da maioria dos jovens autores.

Certo, a culpa não é apenas deles. É também do mercado, dos críticos, dos editores e dos leitores. De todo mundo, então. E até minha, que não tenho cacife nem coragem o suficiente para desmascarar esses escritores de meia-tigela e eliminar essa praga da nossa literatura. Mas tudo bem, tudo tem seu tempo. Eles que me aguardem.

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