Uma das coisas mais curiosas de se trabalhar em uma livraria, no meu caso, é o fato de lidar todos os dias com livros de pessoas com as quais já tive um bom contato e/ou continuo tendo.
De vez em quando preciso arrumar o balcão menos visitado da loja: o de literatura brasileira. E lá estão livros de Ronaldo Correia de Brito, Sérgio Augusto, Flávio Moreira da Costa e Paulo Polzonoff, por exemplo. Na estante de idiomas, que visito com uma frequência um pouco maior, está um livro do Sérgio Rodrigues. Num dos balcões de lançamentos, está o mais recente livro de Ruy Espinheira Filho. Até algum tempo atrás tinha um exemplar de um livro do Mayrant, mas alguém comprou.
E isso é até legal, divertido, porque acabo me lembrando deles e de conversas passadas.
Mas, por outro lado, não tem livros do Menalton Braff, não tem o livro do Jaime Prado Gouvêa, nem do José Castello, nem do Diter Stein, nem do Jerônimo Teixeira… O que me deixa um tanto triste, ressabiado. Afinal, mesmo que tivesse livros deles lá, ninguém ia comprar.
É o terror, meus amigos, é o terror.