A partir de hoje, 01 de abril, os funcionários dos Correios de 14 estados mais o Distrito Federal, estão em greve (confira os detalhes desta notícia no Jornal do Commercio).
Portanto, se você quiser a fatura do seu cartão de crédito, tente conseguir via fax ou telefone, com a financeira do cartão. Ou, melhor ainda: peça ao ministro das comunicações (ou à Dilma Roussef ou ao presidente Lula; aliás, quem conseguir falar com ele, avisa dessa greve, porque é muito provável que ele não saiba). Enfim, se vira nos 30. Não estou afim de voltar a trabalhar e ter um bando de gente reclamando da fatura que não chegou.
Sou totalmente contra greves, qualquer que seja. Ainda mais quando elas me prejudicam ultra-diretamente. Mas, nesse caso dos Correios, no caso dessa greve, eu até entendo e, se me der na telha, acho até que apóio.
Semanas atrás, houve um atraso monumental nas correspondências em boa parte da cidade. Ao receber uma encomenda via sedex, perguntei ao senhor que quase sempre faz a entrega de sedex aqui em casa (dizendo ele que eu devo ser a pessoa que mais recebe sedex em Feira) o por quê do tal atraso. Ele me explicou o seguinte: os carteiros que fazem entregas a pé carregam, se não me falha a memória, até 15 quilos de correspondência. O serviço não era dos melhores, mas também não era tão ruim. Mas aí alguém inventou de retirar metade desse pessoal das ruas (só Deus sabe pra quê) e colocar no lugar deles entregadores com motos, que podem carregar até 30 quilos. Isso fez com que as entregas atrasassem bastante. O senhor que me explicou isso deu o caso dele como exemplo. Ele parou a moto na sombra da casa vizinha à minha, desceu da moto, abriu a tampa do compartimento que guarda as cartas e chamou na campainha. No caso de uma entrega normal, o carteiro faria a mesma coisa, só que deixaria a correspondência na caixa de cartas.
Ou seja: o problema não está na quantidade de cartas que o carteiro carrega, mas sim na quantidade de carteiros que fazem a entrega dessas cartas. O que deve ser feito? Aumentar o número de funcionários. Tanto para entrega quanto para triagem (outro problema grave citado pelo carteiro com quem conversei).
Uma das exigências dessa greve é justamente essa: aumentar o número de funcionários. Outra é a questão da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR): enquanto a grande maioria dos funcionários dos Correios recebe uma participação ridícula, que varia de R$ 100,00 a R$ 500,00, os “gestores estratégicos” (ou seja, os chefes), recebem uma polpuda quantia que varia entre R$ 3.000,00 e R$ 44.000,00. Isso é um absurdo. Ou, como diria o Boris Casoy, é uma vergonha.