Quem me conhece pessoalmente ou tem um contato maior comigo, sabe que sou um consumista inveterado. Melhor dizendo: sabe que compro livros, cds e dvds demais. Gastar com besteiras eu não gasto.
Faz pelo menos 1 ano e meio que tento me controlar e diminuir a quantidade de compras que faço. Afinal, adquiri dois problemas com esse comportamento consumista:
1) Não consigo dar conta de ler, ouvir e assistir tudo que compro;
2) Já não tenho espaço para guardar essas coisas.
3) Aliás, são três problemas: isso atrapalha firmemente minhas finanças.
Mas, nos últimos tempos, mesmo que aos trancos e barrancos, tenho conseguido controlar. De um cara que só vivia no vermelho, cheio de contas a pagar, hoje digamos que eu esteja no amarelo. Houve um progresso, mas ainda há pendências a resolver.
Comemoro o avanço, claro. Mas ainda tenho um sério problema de não conseguir controlar certas vontades. E o pior é que, quando compro um livro (ou cd ou dvd), digo para mim mesmo: “Rafael, você não vai ler esse livro, pra que comprar agora?”. Para essa pergunta tenho várias respostas, e Cássia conhece todas elas:
1) “O preço está ótimo, não posso deixar passar”;
2) “É o último da loja, tenho que levar”;
3) “Sabe há quanto tempo eu quero isto?”
4) “Bah, vou levar”
5) “E se esgotar e não lançarem de novo?”
6) “É importante para minha formação como leitor”
E tem mais um monte. Inventar desculpa é comigo mesmo.
Até comprei uns livros de educação financeira. Um se chama “Dívida boa, dívida ruim“, e o outro eu dei de presente para a minha mãe, “Casais inteligentes enriquecem juntos“, do Gustavo Cerbasi, mas já pensando em ler, claro.
Como vocês devem suspeitar, não li nenhum dos dois ainda.
Mas ontem o Cerbasi esteve no programa do Jô, e contou como foi que ele, também um gastador, começou a se controlar, juntar dinheiro e conseguiu casar com uma grana bem boa – deu pra bancar as despesas do casório e de uma lua de mel na Zoropa. Claro que não dá pra comparar o que eu ganho com o que ganhava o Cerbasi na época da virada de mesa dele. Mas, querendo ou não, é necessário virar a mesa em algum momento, esteja lá onde você estiver, tenha lá o que você tiver em mãos.
Na verdade, eu já tinha lido uma entrevista com o Cerbasi, no Digestivo. Mas ontem ele falou sobre o fato de ter feito um plano e, no início não ter levado muito a sério. Depois, quando percebeu que daria certo, se empolgou e aí deu certo demais.
Pois. A hora chegou. Não deu certo sendo bonzinho e impondo limites a mim mesmo, então agora vou partir para a ignorância: Consumismo, vai-te pra PQP! Me deixa em paz, vaitimbora! Chega de desculpas, chega de comprar coisas que não preciso nem vou poder dar conta agora. O equilíbrio – e, mais que isso, a sobra – é necessário. Vou tentar radicalizar. Torçam por mim.
One Comment