Charles Bukowski, um grande escritor

* Postado no meu primeiro blog em 20 de julho de 2004. Eu estava começando a ler Bukowski. Não posso precisar qual livro, mas tenho quase certeza de que me refiro ao volume de contos “Numa fria”, pois é o único livro dele que tenho sem a data de compra anotada. De lá pra cá li inteiro apenas outro livro do velho safado, “O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio”, apesar de ter comprado vários outros títulos. Dos romances li alguns trechos; das coletâneas de contos, algumas histórias isoladas. A quem se interessar, recomendo veementemente, além dos dois já citados, “Fabulário geral do delírio cotidiano”, de contos, que contém pelo menos duas obras-primas.

Charles Bukowski é um daqueles escritores que chamam de “maldito”. Escreve sobre bêbados, drogados, a escória da humanidade. Em alguns de seus contos, a sensação que se tem ao lê-los, é de forte náusea, de nojo. Quase dá pra sentir o cheiro de vômito e mijo que ele relata.

Nos contos de Bukowski “A morte não fede. Só os vivos fedem, só os agonizantes fedem, só os podres fedem. A morte não fede”. As mulheres peidam, e matar não é algo anormal.

A leitura flui de maneira tal que você mal começou a ler um conto, e já está no fim de um outro. Isso não significa que é um escritor fácil. Muitas vezes não se sabe o que Buk quis dizer com seu escrito. É necessário uma segunda leitura, quem sabe até uma terceira. E ainda assim há o risco de não se entender a mensagem. Se é que existe alguma.

Um grande escritor, enfim. E eu estou adorando.

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