Casa da mãe Joana

É quase certo que você saiba o significado da expressão que dá título a este post, mas não custa nada relembrar: ela é utilizada para se referir a uma bagunça, um local onde impera o caos. É como alguns se referem ao Senado Federal, ou às Câmaras dos Deputados e de Vereadores, por exemplo.

Mas “Casa da mãe Joana” (2008) também é o nome de um filme brasileiro estrelado por José Wilker, Paulo Betti, Antonio Pedro, Pedro Cardoso, Claudio Marzo, Laura Cardoso, Malu Mader e mais uma porção de gente, incluindo Juliana Paes. Além de contar com todos esses atores, o diretor do filme é o Hugo Carvana, que também é o mentor da história que deu origem ao roteiro, assinado por Paulo Halm. Com uma equipe de peso dessas, o filme só pode ser bom, certo?

Errado.

A ideia de Hugo Carvana até que é boa: quatro amigos, que moram juntos, vivem de golpes. No começo do filme eles estão passando a perna em um joalheiro, interpretado por Claudio Marzo. O Montanha (Antonio Pedro), se passa por um senador, enquanto Cardoso, Betti e Wilker fingem ser, respectivamente, motorista e seguranças do falso político. As coisas dão certo e eles faturam 100 mil dólares, se minha memória não estiver me pregando uma peça. Mas aí o personagem de Pedro Cardoso passa a perna nos amigos e vai embora com o dinheiro, acompanhado da esposa do joalheiro, que na verdade usa a loja como fachada: seu negócio mesmo é o tráfico de drogas.

Até aí tudo bem. Mas eles recebem uma ordem de despejo e, se não conseguirem pagar a hipoteca do apartamento onde moram, terão de arrumar outro lugar para morar. Para resolver a situação, eles não veem outra saída a não ser fazer algo que nenhum deles faz há muito tempo: trabalhar. A partir daí as coisas vão se desenrolando de tal forma que o filme se torna uma sucessão de piadas de mau gosto, sem graça, e com um roteiro completamente sem pé nem cabeça. E então o título se encaixa perfeitamente no resultado: “Casa da mãe Joana” é pior que a casa da mãe Joana.

Some-se a isso Agildo Ribeiro, um dos grandes comediantes deste país, em um papel pífio de um comendador que se tornou travesti. Sem falar na quantidade exorbitante de palavrões pronunciados sem qualquer razão. Aliás, fica aqui uma pergunta: por que em filmes brasileiros fala-se tanto palavrão? Sinceramente, não vejo motivo para se derramar todo esse linguajar chulo. Talvez seja para preencher os vazios deixados pela falta de criatividade de alguns roteiristas e diretores brasileiros.

Confesso que sequer terminei de assistir ao filme. Em determinado ponto, minha noiva e eu ficamos tão incomodados com a falta de qualidade dele que resolvemos assistir outro. Partimos para “O troco”, um filme “velhinho” (1999), com Mel Gibson, que eu já tinha assistido umas duas vezes, mas Cassia ainda não. Este, sim, um grande filme. Tanto que fiz questão de comprar o DVD, anos atrás.

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