Somente há alguns anos pude ter algum contato com o trabalho do jornalista Armando Nogueira, que faleceu hoje pela manhã. Na época tínhamos TV a cabo e eu acompanhava bastante o SporTV, canal no qual Nogueira volta e meia aparecia como convidado especial de algum programa, sempre em participações brilhantes.
Era enriquecedor vê-lo em ação. Não raro lembrava de alguma história futebolesca deliciosa, ou dalgum “causo” dos bastidores do jornalismo. Lembro dele contando histórias maravilhosas envolvendo Nelson Rodrigues e Otto Lara Resende, por exemplo.
Fiquei tão admirado pelo Armando que fui procurar na internet algum livro dele, ou sobre ele, para ler. E cheguei a encontrar, mas acabei não comprando, sabe-se lá por quê. Pensei, ainda, em tentar contactá-lo, quem sabe conversar com ele por email, entrevistá-lo, conhecê-lo, escrever um perfil do grande Armando Nogueira. Mas as limitações geográficas e financeiras, que me impediriam de fazer o que eu realmente gostaria, que era conhecê-lo pessoalmente, acabaram por me fazer desistir até mesmo de tentar um contato virtual.
E hoje Armando Nogueira se foi. Com ele, boa parte da memória brasileira vai junto. A velha guarda vai indo embora, e infelizmente a juventude não está sabendo preservar o legado desses monstros que participaram de momentos decisivos da história do Brasil. Armando, por exemplo, eu li em algum lugar, desafiou a cúpula da rede Globo uma certa vez, o que acabou de custando, de certa forma, o emprego: foi afastado de suas funções e aposentado.
Um exemplo de seriedade e comprometimento difícil de encontrar hoje. Em qualquer lugar.
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Uma bela entrevista com Armando Nogueira, no jornal Plástico Bolha, que descobri hoje.
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Hoje seria postado aqui um texto de outro grande jornalista, o Humberto Werneck. Por motivos óbvios, o texto será postado amanhã.