Confesso que não lembro o motivo que me levou a comprar o livro de contos “Confie em mim”, de John Updike, anos atrás. Talvez – sim, agora começo a lembrar -, alguém tenha me indicado, afinal, há alguns anos eu queria ser – e, se o leitor tiver alguma boa vontade, fui – um contista.
Eu escrevia – ainda escrevo, é verdade – contos, e todo bom contista deve ler bons contistas. As lembranças estão ficando mais claras. Agora me recordo que comprei, junto com o livro de Updike, outro livro de contos, de Dino Buzzatti, “A queda da baliverna”. Procuro “Confie em mim” na estante para conferir a data em que o recebi: 04 de maio de 2005. Vou ao site das Americanas, desta vez para confirmar se foi mesmo o livro de Buzzatti que comprei junto, e vejo que houve um terceiro título, de Charles Bukowski, “Fabulário geral do cotidiano”.
O tempo passa e, em abril de 2007, vamos à Bienal do Livro em Salvador. Lá, encontro o romance “Bech no beco”, também de Updike, por módicos 5 reais. Não penso duas vezes antes de comprá-lo.
Um mês mais depois recebo em casa outro romance do escritor americano; desta vez, “O terrorista”, livro que fiquei curiosíssimo para ler assim que soube do lançamento.
Acontece que, durante todo esse tempo, só li alguns contos de “Confie em mim”. “Bech no beco” e “O terrorista” foram apenas folheados. É óbvio que não me orgulho disso. Mas admito isso apenas para dizer que, apesar de não conhecer nem “conhecer” John Updike, fiquei muito triste quando soube de sua morte, ontem.
Mais um da velha guarda que se vai. Mas seus livros ficam. É um consolo. Raso, mas um consolo.