Já falei aqui que prefiro não escrever sobre minha família. Este blog já é tão pessoal, que alguma coisa é necessário preservar. Mas desta vez o acontecido foi tão engraçado – não engraçado Mel Brooks; engraçado Woody Allen ou alguns momentos de Charlie Kaufman – que resolvi quebrar o protocolo.
Para entender a historinha, é preciso saber que há algumas semanas comprei uma remessa de livros para tentar revender. Mas, para isso, precisei pedir permissão aos velhos, para não pensarem que eu estava torrando dinheiro à toa.
Agora, sim, a historinha.
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Meu pai conversando com minha avó, por telefone:
– Vai, ele vai casar.
– …
– Tá sim, até demais. Tá trabalhando numa livraria, tá participando de um jornal na internet e agora disse que vai vender livros. Tô até danado com ele, porque ele só quer saber de trabalhar.
– …
– É isso, ele tá pegando poucas matérias, mas disse que vai terminar.
– …
– É letras que ele tá fazendo.
– …
– É, pra ensinar, ou ser escritor. Ele quer viver de livro. Aí tá na livraria, tá nesse jornal e agora vendendo também, ele tá do jeito que quer.
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O “jornal”, no caso, é o Digestivo. Minha avó mora no interior da Paraíba. Certamente “jornal”, nesse contexto, foi bem melhor que “site” ou “revista eletrônica”.
E não, ainda não estou do jeito que quero. Ainda não.