Quando o filme “À procura da felicidade” foi lançado nos cinemas, até fiquei com vontade de assistir. Porque Will Smith é o ator principal e eu gosto muito dele – desde sua interpretação perfeita em “Ali“. Mas aí o cartaz de divulgação e o fato de a produção ser baseada num livro – na verdade, e isso eu vim saber agora, a ideia do filme veio antes da publicação da obra – me fizeram deixar a vontade para depois.
O tempo foi passando, passando, e na última segunda-feira o filme passou na Globo. Vi algumas partes e fiquei fascinado pela história. Resolvi, então, finalmente alugar o DVD para assistir com minha bem-amada.
Basicamente, é a história de um homem que arriscou sua vida – e a de seu filho – por causa de um sonho. No caso do personagem – que é real -, Chris Gardner, seu sonho era ter uma vida boa, confortável. Não estamos falando aqui de muito dinheiro, de fazer fortuna. Falamos de um bom emprego, uma boa renda, que proporcionasse uma vida não apenas razoável, mas também não necessariamente recheada de luxos.
E ele viu essa oportunidade na Bolsa de Valores. Descobriu que, se fosse um corretor da Bolsa, teria a vida que gostaria de ter. E, por causa dessa vontade de ser corretor, ele passou pelos mais diversos tipos de dificuldades. Perdeu o carro, foi despejado da casa onde morava, dormiu com o filho no metrô e no banheiro do metrô, dormiu e comeu em abrigos, enfim, o cara comeu o pão que o – vocês sabem quem – amassou.
Felizmente, não sofri tanto nessa vida – acho até que, graças a Deus, sofri pouco, e espero que continue assim. Mas me vi um pouco no personagem. Porque estou, há anos, perseguindo um sonho – na verdade, um objetivo, prefiro chamar meus sonhos de objetivos. E, assim como Chris Gardner, tenho passado pelas mais variadas situações e perrengues nesses anos todos – guardando, é claro, as devidas proporções.
Sendo que uma dessas dificuldades me chamou mais a atenção: para ser contratado como corretor de uma determinada empresa, Chris precisaria passar por um estágio de 6 meses, sem ganhar absolutamente nada. Não apenas ele: de tempos em tempos havia uma seleção para corretor; quando Chris participou, havia mais 19 concorrentes em busca da mesma vaga. Apenas 1 seria selecionado.
E por que esse detalhe me deixou mais instigado? Respondo: quando comecei a escrever na rede, foi em um blog pessoal. Depois, comecei a colaborar com blogs coletivos, sites de cultura etc. (mais informações no link Sobre o autor, no menu ao lado), e, acho que vocês sabem, não se recebe por esse tipo de colaboração.
Às vezes nem mesmo jornais e revistas pagam por textos publicados. Escrever, meus amigos, não é nada rentável para iniciantes. Nem mesmo para muitos dos que já têm vários anos de estrada. Mas, ainda assim, há muita gente que escreve e não desiste de procurar um lugar ao sol. Alguns porque buscam o status de “escritor” – francamente, não sei de onde tiraram essa ideia de que ser escritor é “status”. Outros porque querem ser. E outros porque estão destinados a ser.
Chris Gardner é um predestinado. É incrível, quase inacreditável, ele não ter desistido do estágio. Assim como ele, há várias pessoas que decidem seguir um determinado caminho e, por estar escrito – mesmo que em linhas tortas… -, acabam fazendo justamente a escolha a que estavam destinadas. Faz tempo que tomei uma decisão, e espero ser uma dessas pessoas que fazem a escolha certa. Por mais trabalho que me dê e por mais dificuldades que apareçam, vou continuar o meu caminho. Só espero ter pegado a estrada correta.
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