“Não era só aqueles dias e noites na cama. O sexo estava em tudo no início, nas palavras, expressões, gestos semi-esboçados, a mais simples insinuação de um espaço alterado. Ela largava um livro ou revista e uma pequena pausa se instaurava em torno deles. Isso era sexo. Eles caminhavam juntos pela rua e viam a própria imagem numa vitrine empoeirada. Um lanço de escada era sexo, ela subindo bem junto à parede e ele vindo logo atrás, tocando-a ou não, roçando de leve ou apertando com força, ela sentindo que ele a imprensava, sua mão abraçando a coxa dela, detendo-a, o jeito discreto dele subir e se aproximar, o jeito dela de agarrar-lhe pelo pulso.”
Trecho de “Homem em queda“, de Don Delillo, que eu estava lendo.
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