Quando achávamos que o fim da Guerra Fria marcava o “fim da história” e a humanidade enfim viveria em paz, o atentado terrorista de 11/9 – o maior atentado terrorista de todos os tempos – mergulhava o mundo em perplexidade.
O trecho acima é o início da orelha de “O vulto das torres” (que chegou aqui ontem), do jornalista americano Lawrence Wright, um dos convidados da Flip deste ano. O motivo de eu falar dela aqui é o seguinte: fiquei estupefato ao ler “e a humanidade enfim viveria em paz”.
Logo depois da Guerra Fria começou a Guerra do Golfo. Sem contar outros inúmeros conflitos internos em não sei quantos países. O conflito entre israelenses e palestinos tem décadas. E as guerras civis em países latino-americanos? “Enfim viveria em paz”? Jamais.
Sei que estou sendo chato, mas uma frase dessas não poderia entrar na orelha. Ainda mais na orelha desse livro, vencedor do Prêmio Pulitzer de 2007 na categoria não-ficção. Quem escreveu a orelha deveria ter tomado um pouco mais de cuidado.
Outra coisa que me incomodou nesse trecho foi “o atentado terrorista de 11/9 – o maior atentado terrorista de todos os tempos”. Eu não sou nenhum gênio das letras, e não há nada de errado no trecho, mas eu tentaria evitar a repetição tão próxima da expressão “atentado terrorista”. Só uma questão de gosto mesmo, sei lá. Poderia ser “o atentado terrorista de 11/9 – o maior de todos os tempos”, não sei… Mas aqui já é chatice demais minha.
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Estou cada dia mais interessado em História. Em especial História Contemporânea. Mais especificamente na História das Guerras. E em anos-chave de nossa nossa História. (Repeti “História” demais, né? Mas isso aqui não é uma orelha de livro da Companhia das Letras, é só um postzinho cheio de marra e birra.). É uma pena não poder ler e saber tudo sobre o assunto. Não sei nada sobre nada, mas vou começar a ler mais sobre. A começar por “O vulto das torres”. Só não sei quando.