Wall-E


“After 700 years of doing what he was built for, he’ll discover what he meant for” (tradução-adaptação-meia-boca: “Depois de 700 anos fazendo o que foi construído para fazer, ele descobrirá por quê realmente faz”)

Uma prova de que diálogos nem sempre são necessários é o filme “Wall-E“, mais uma animação da Disney em parceria com a Pixar.Eu deveria ter marcado no relógio, mas acredito que a primeira palavra do filme foi dita bem depois dos 5 minutos de cena – ou 10 minutos, não sei. E, ainda assim, não era um diálogo, mas sim o trecho um de anúncio de propaganda, uma maneira que os roteiristas (Andrew Stanton e Pete Docter) encontraram para explicar a situação mostrada na tela.

Quem assistiu “Eu sou a Lenda” pode achar os filmes um pouco parecidos. Como no longa estrelado por Will Smith, em “Wall-E” não há mais ninguém habitando a Terra (quer dizer, em “Eu sou a Lenda” não é bem assim…), apenas um robô caminha pelas ruas de algum lugar do nosso planeta. É Wall-E, sigla de “Waste Allocation Load Lifters – Earth” (tradução, direto do Cinepop: “Levantadores de Cargas Desnecessárias da Terra”), ou seja, catador de lixo. O simpático robozinho Wall-E é um catador de lixo incansável. Todos os dias sai de sua “casa” para fazer seu trabalho e recolher objetos que acha interessantes. Ele não fala, e sua única companhia é uma baratinha, que ele quase mata umas três vezes.

(Na versão dublada, Wall-E ficou “Wally”, vou conferir isso na versão legendada, quando sair em DVD.)

Os dias de Wall-E seriam exatamente iguais se não fosse o fato de uma nave pousar em solo terráqueo e dela descer uma robozinha muito nervosinha, Eve.

Só depois vamos saber que Eve procura algum sinal de vida na Terra. Aos poucos a trama vai se explicando, e certos fatos dão a entender que houve alguma espécie de contaminação na Terra, por algum tipo de vírus ou bomba, isso não fica claro. O que se sabe é que a vida se torna impossibilitada em nosso planeta, e os humanos vão viver em uma espécie de cruzeiro espacial, uma mega-nave-espacial onde ninguém anda. Na verdade, mal e mal mexem as mãos. Todos ficam sentados em cadeiras flutuantes, diante de telas, conversando com outras pessoas por meio de video-conferência ou assistindo a programas, filmes etc. O contato físico é inexistente, e até mesmo as conversas são feitas virtualmente. Essas telas e as cadeiras flutuantes provocaram uma lavagem cerebral nos humanos, que já sequer lembram da Terra. Quer dizer, não podem lembrar, pois faz séculos que os humanos estão no espaço. Essa geração, de fato, não conhece a Terra.

Mas em determinado ponto do filme Eve encontra uma planta, encontrada na verdade por Wall-E, e é quando realmente a ação começa.

“Wall-E” é uma animação, o que faz muitos pais levarem seus filhos para o assistirem, mas, na minha opinião, é um filme para todas as idades. Muito mais para adultos, aliás. É engraçado, emocionante, romântico e “eletrizante”, digamos assim. Gostamos muito (Cássia e eu), pois, pois.

Se puderem, assistam. Garanto que vão adorar.

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