Existe um ditado que diz mais ou menos o seguinte: não importa onde você chega, mas sim o caminho que você percorreu até lá. Pois: só as tentativas de assistir a “Toy Story 3” já renderiam um post. Foram 3, e ainda bem que o filme ficou em cartaz por um bom tempo, porque somente ontem conseguimos (mais uma vez minha bem-amada e eu) vê-lo. Não sem alguma dificuldade, claro. Mas, parafraseando Fernando Sabino, no fim deu certo.
“Toy Story” é um filme que faz parte da vida de quase todo mundo da minha geração. O primeiro foi lançado em 1995 e marcou época não apenas por conta de sua bela história, mas também por ser considerado o primeiro longa-metragem totalmente feito com computação gráfica. Eu tinha 12 anos e me emocionava com filmes ainda mais do que hoje. Até a música principal, “You’ve got a friend in me” – ou “Amigo, estou aqui” na tradução -, me fazia chorar.
“Pulei” o “Toy Story 2” (1999), mas quando soube que o 3 seria lançado decidi que assistiria no cinema. Revi o “1” e foi como se estivesse o assistindo pela primeira vez. Me diverti à beça, e talvez esteja aí o segredo não apenas desta trilogia, mas de vários filmes da Pixar ou outras animações: eles são diversão garantida. Mais que isso: esses filmes resgatam valores que têm sido esquecidos e – em último caso mas não menos importante – de certa forma servem de lição para as crianças. (E para muito adulto por aí.)
“Os Incríveis”, “O galinho Chicken Little”, “Wall-E”, “Up – Altas aventuras”… Todos filmes que, além de engraçados e divertidos, têm algo a dizer. Eles têm mensagens importantes e edificantes, que merecem ser passadas. Não são apenas entretenimento. Nada contra a diversão pura e simples, não é isso, mas estamos vivendo em uma época de fragmentação, de transformações muito grandes e rápidas. Toda essa velocidade e correria muitas vezes podem nos deixar presos a uma rotina automática demais, fria demais… Acabamos distantes de pessoas e sentimentos que realmente importam.
“Toy Story 3”, assim como o “1” – lembrando que não vi o “2” -, tem como pano de fundo a ida de Andy, dono de Woody, Buzz Lightyear e companhia, para a faculdade. Ele já não brinca com os brinquedos há anos, e agora que está saindo de casa é que não vai mesmo utilizá-los. Os brinquedos então ou serão doados, ou irão para o lixo. Mas esse é só mais um ponto de partida para o tema fundamental do filme, e de todos os outros dois, imagino, que é a amizade.
Afinal, quantos de nós na faixa dos 25 a 30 anos temos amigos há uma ou duas décadas? Quantos de nós temos amizades verdadeiras e duradouras, daquelas que você chama o amigo de irmão – ou a amiga de irmã? (Espero sinceramente que todos.) Agora, quantos de nós temos amizades feitas pela internet que duraram 1 ou 2 anos e depois “esfriaram”? Bom, é verdade que amizades “reais” podem ser desfeitas rapidamente, e algumas “virtuais” podem durar por décadas e ultrapassarem as barreiras da internet. Mas me parece que estamos perdendo um pouco do contato pessoal, do olho no olho. Enfim, já estou divagando. E é melhor encerrar o post por aqui para não ficar ainda mais piegas.
Se você ainda não assistiu a “Toy Story 3” – ou nenhum dos 3 – vá correndo assistir. E não tenha vergonha de chorar, seja lá qual for a sua idade, porque o “risco” de isso acontecer é grande.
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