Devo ser um dos poucos que se postaram contra a realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, em 2014, e das Olimpíadas, em 2016. O motivo da posição contrária foi simples: na minha opinião, há coisas mais urgentes a fazer com o dinheiro que será gasto na construção e reforma de estádios.
O que acontece na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, que sediará os Jogos Olímpicos de 2016, é uma guerra civil não assumida pelas autoridades. Penso que é de conhecimento geral que a criminalidade cresce assustadoramente em todos os cantos do país há anos. Se até agora não foi possível frear a violência, será que vamos conseguir fazer isso em menos de quatro anos?
Poderia, agora, elencar uma série de outros problemas – como saneamento básico e moradia -, mas vou citar apenas mais um, que é fundamental para a chegada e partida de turistas: os aeroportos.
Fomos, minha noiva e eu, a Olinda, nesse último feriado de 7 de setembro. O embarque, em Salvador, foi tranquilo, e com uma grata novidade, até: a Infraero passou a disponibilizar internet wi-fi gratuita no aeroporto 2 de Julho (não consigo me referir a ele por seu nome atual), coisa que não acontece ainda no Aeroporto Internacional do Recife. Pode ser um mero detalhe, mas diz muito sobre nossos aeroportos. Não são todos os que têm internet wi-fi gratuita.
O desembarque, em Recife, também foi tranquilo, mas mesmo o aeroporto de Salvador é, aparentemente, mais bem estruturado que o da capital pernambucana. Foi a segunda vez que descemos em Recife, mas somente desta vez é que observamos melhor esses detalhes.
Na hora de voltar para a Bahia, um contratempo que também é, aparentemente, um mero detalhe, mas que novamente é o indício de que falta muita coisa a ser feita, em relação a organização e estrutura: após efetuarmos o check-in, nos dirigimos para o portão de embarque. Qual não foi a nossa surpresa quando vimos uma fila quilométrica para chegar até lá. Repito: uma fila quilométrica. O motivo, não ficamos sabendo. Mas a confusão foi tão grande que, no nosso voo, cujo destino era São Paulo mas com escala em Salvador, entrou até um passageiro de outro voo, com destino para o Rio de Janeiro.
O mais “curioso” é que, apesar de alguns voos já estarem um tanto quanto em cima da hora, inclusive o nosso, não apareceu nenhum funcionário de qualquer companhia aérea ou mesmo da Infraero para fazer uma triagem e dar prioridade aos voos cujos embarques eram mais urgentes.
Até tentei filmar – toscamente, é verdade – a fila, para mostrar a vocês o tamanho dela. Segue abaixo o “vídeo”. A quem assistir, um aviso: as vozes ao fundo são minha e de Cassia.
Menos de quatro anos nos separam da Copa. Sinceramente espero e torço para que algo próximo de um milagre aconteça daqui até lá, e que não passemos vergonha diante do resto do mundo. Sou sempre otimista, mas vendo a situação do jeito que está, fica difícil manter o otimismo o tempo inteiro.
One Comment