Relativismos

“Mostre-me um relativista cultural voando a 10 mil metros de altura e eu lhe mostrarei um hipócrita […] Se você está viajando de avião para um congresso de antropólogos ou de críticos literários, a razão pela qual provavelmente chegará ao seu destino – ao invés de despencar num campo cultivado – é que uma porção de engenheiros ocidentais cientificamente treinados acertaram nas contas.”

Richard Dawkins, num dos ensaios de “O capelão do Diabo”, citando ele mesmo, no livro “O rio que saía do Éden”.

Primeiro porque eu também me cito, às vezes. E isso é legal. Se você tem você mesmo como um referencial, mesmo que não seja lá muito bom, é sinal de que ao menos você confia em você. E isso é bom. Desde que você não seja um idiota, claro. Como eu não sou um, deduz-se que.

E segundo porque estou mais p. da vida do que nunca com esse negócio de relativismo. Até porque tenho lido sobre a verdade (seu conceito, como existem irresponsáveis que tentam deturpá-la etc.). E também porque tenho lido Nelson Rodrigues.

Aliás, vou colocar aqui algo que martelou na minha cabeça ontem:

Escritor que não leu Nelson Rodrigues não é escritor.
Jornalista que não leu Nelson Rodrigues não é jornalista.
Crítico literário que não leu Nelson Rodrigues não é crítico literário.

Nem um idiota pode ser um idiota decente se não leu Nelson Rodrigues. É obrigação dos idiotas (tanto os da objetividade quanto os da subjetividade – escreverei sobre eles em breve) ler Nelson Rodrigues. Até para ser um idiota melhor, mais culto. O idiota dos idiotas, por assim dizer.

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