Enquanto pensava sobre o que postar no blog hoje, tentei lembrar quais foram os últimos textos e quando eles foram publicados. Prestes a terminar o dia de segunda-feira, estava aqui me cobrando uma atualização, como se há muito tempo nada escrevesse por aqui.
Mas aí lembrei: publiquei um post no início da última sexta-feira. Daquela madrugada para cá, muita coisa aconteceu “off-line”. E vocês que acompanham o blog não sabem dos fatos. Muita coisa aconteceu também com vocês, e eu também desconheço o que. Nosso contato é apenas o de “escrevente” – tenho uma certa resistência em dizer “escritor”, apesar de ser um – e leitor. Vocês leem, alguns comentam, outros não. Muitas vezes fico sem saber se o texto estava bom, se estava ruim, se muita ou pouca gente leu.
O tempo, para nós, é diferente e, ao mesmo tempo, semelhante: se deixo – e aqui não falo apenas de mim, mas de qualquer blogueiro – de atualizar o blog por alguns dias, logo alguém começa a pensar que algo aconteceu ao autor, que o blog foi cancelado ou que as ideias para textos estão desaparecendo.
Se os posts são publicados e não há nenhum retorno de comentário, o blogueiro pensa que seu blog faliu, que ele não escreve nada que preste e que está falando para as paredes virtuais.
Mas, na verdade, o que acontece é que tanto nós, autores, quanto vocês, leitores, têm vidas reais, e o virtual muitas vezes é colocado em segundo plano – e acho que isso é o certo, a menos que você trabalhe “na” internet, como é o meu caso (apesar de também ter um “trabalho normal”, off-line, mas enfim).
Daí sentimos falta uns dos outros. Não que alguém sinta falta do blog – mas acho até que existem pelo menos algumas poucas boas almas que tenham se afeiçoado ao Entretantos. Mas preciso admitir que eu sinto falta dele – apesar de isso talvez ser até um exagero – e de tudo o que ele acarreta: leitores, comentários nos posts, links sendo comentados por aí, discussões geradas por um texto.
Isso não é à toa: mantenho um blog desde agosto de 2002. Ele já passou por vários sites de hospedagem (gratuita até 2007, quando passei para um domínio próprio), e teve dois nomes antes de passar a se chamar Entretantos, em 2006, e vir parar aqui no site da Bravo!, em abril deste ano.
Escrevi tudo isso mas na verdade o que queria dizer é o seguinte: a internet desvirtuou um pouco nossa noção de tempo. No caso, a rapidez, o imediatismo da internet. Se você envia um e-mail agora para alguém, é provável que em poucas horas você comece a estranhar a “demora” do destinatário em responder sua mensagem. Mas a verdade é que não há atraso algum. Se há, ele é falso, fake, virtual. Fosse uma carta enviada, quantos dias seriam necessários para obter a resposta?
Enfim. Me perdoem pelos pensamentos um tanto soltos e pelo post fora do “padrão”. Em breve retorno à “programação normal”.
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