Recebi ontem um exemplar de “Deixe o grande mundo girar” (Record, 378 págs., R$ 52,90), romance do escritor irlandês Colum McCann, um dos convidados da Flip deste ano.
Já faz alguns meses que ouço falar (muito bem, aliás) sobre este livro e, claro, fiquei com vontade de lê-lo. Mas, apesar de volta e meia cruzar com algum texto fazendo referência à obra, não fui atrás de maiores detalhes sobre ela – tampouco sobre o autor.
Tudo o que importava, para mim, era que o romance é considerado uma das melhores ficções já escritas sobre o 11 de setembro. Está escrito na orelha do livro: “Deixe o grande mundo girar foi considerado pela revista Esquire ‘o primeiro grande romance sobre o 11 de setembro'”.
Mas aí recebi o livro e resolvi fazer uma pequena pesquisa antes de lê-lo. Fiquei sabendo que há outros livros de McCann publicados no Brasil. Os romances “O bailarino” (Girafa, 2004) e “O outro lado da luz” (Record, 2000; por incrível que pareça, ele não é citado na orelha de “Deixe o grande mundo girar”).
Soube também, mas isso foi na semana passada, que McCann é irlandês. Bem, James Joyce é irlandês. Samuel Beckett, Oscar Wilde e George Bernard Shaw também são irlandeses. Penso que nascer na Irlanda já é meio caminho andado para o sujeito ser um bom escritor, no mínimo.
Por último, e isso foi o que me surpreendeu, um episódio do livro em que um equilibristra atravessa, em 1974, o espaço entre as duas Torres Gêmeas por sobre um cabo é verídico. O autor da façanha – ou o maluco que inventou de fazer isso – chama-se Philippe Petit. Ele é francês, está vivo e mora em Nova York.
Jamais imaginaria que algo tão improvável tivesse realmente acontecido. Assim como a ficção, a vida real nunca deixa de nos surpreender.
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