Hexa único! (e tri também!)

Sou são-paulino desde início da década de noventa. A lembrança mais antiga e clara que tenho do time são alguns lances da final do Mundial Interclubes de 1993, contra o Milan, que assisti apreensivo, aqui em casa. Lembro que assisti ao jogo contra o Barcelona, em 1992, também pelo Mundial Interclubes, mas dessa partida eu lembro somente alguns flashes.

De nome, lembro mais de Telê, Muller, Raí, Juninho, Cafu. Mais não lembro porque eu era garotinho ainda.

Sempre fui um torcedor morno. Sem grandes arroubos, a não ser quando o time estava na Libertadores. Aí o torcedor desligado se transformava e passava a acompanhar todos os jogos, coisa que se intensificou nos últimos anos, principalmente com a volta de Muricy Ramalho ao time. Muricy jogou no São Paulo, foi assistente de Telê Santana, treinou diversos clubes e, desde 2006 é técnico do tricolor paulista.

Foto de Gaspar Nóbrega

De lá pra cá foi muita luta, muito sofrimento, muito suor. E, agora, Muricy é coroado com a conquista de três Campeonatos Brasileiros seguidos, sendo o segundo treinador brasileiro a realizar tal façanha (o primeiro foi Rubens Minelli, de quem já foi “comandado” no próprio São Paulo; a diferença é que Muricy é o primeiro a conseguir tal feito no mesmo time).

Junto com Muricy, o tricolor paulista conquista seus recordes: além de ser o único clube a conquistar o Campeonato Brasileiro três vezes seguidas, é o único time a deter seis títulos de campeão brasileiro.

Dane-se o fato de o gol do título ter sido feito por um jogador impedido (o Borges). Na pior das hipóteses, a partida acabaria empatada, o que daria o campeonato para o São Paulo de qualquer jeito.

Parabéns, tricolor! Parabéns, Muricy! Parabéns ao meu conterrâneo Jorge Wagner! Parabéns, Rogério!, o melhor goleiro do mundo! Parabéns, Borges, pelo gol!

***

Como nem tudo são flores, fiquei triste com dois acontecidos no dia do Hexa. Primeiro, a queda do Vasco. Não que os outros times que foram para a segunda divisão merecessem, longe disso. Mas é que eu, no Rio, torço para o Vasco. Uma pena o time chegar a essa situação, mas há aí o exemplo do Corinthians, que foi à Série B e já está voltando para a Série A, aparentemente melhor estruturado.

Mas o fato mais triste da rodada foi saber que um torcedor são-paulino foi baleado em Brasília. Houve um confronto entre as torcidas e o rapaz levou a pior. Está em estado grave, correndo risco de morte. Além dele, uma menina também foi baleada. A coitada estava indo para o shopping que fica em frente ao estádio. Absurdo, absurdo, absurdo.

Quando é que esses idiotas que se dizem torcedores vão entender que esses confrontos são a maior besteira que existe no mundo do futebol? Quando é que a CBF vai propôr medidas enérgicas para evitar esse tipo de coisa? Vale sempre lembrar o exemplo dos ingleses, quando dos hooligans: os times eram punidos severamente, ficando 1 ou mais anos, não lembro ao certo, sem disputar o campeonato inglês.

Se isso fosse aplicado aqui, talvez o São Paulo amanhecesse hoje como pentacampeão, numa possível punição em que fosse retirado o título conquistado ontem.

Sou são-paulino de coração, mas antes de tudo sou um ser humano pacifista. Uma vida está em jogo, uma pessoa pode morrer. E por quê? Por causa de imbecis que brigam por causa de seus times. Se o rapaz estava envolvido no confronto, pior ainda, porque a culpa pelo seu estado atual, de certa forma, é dele mesmo.

Mas enfim. Torçamos para a recuperação dele.

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