Ela me deu a notícia de que estava grávida e eu fiquei sem reação. É lugar-comum, mas é verdade. Ou então demonstrei estar chocado, não sei. Não deu pra ver a minha cara naquela hora. Mas deve ter sido isso, pois ela foi logo dizendo que eu não precisava assumir nada, que ela cuidaria do bebê sozinha, essas coisas. Você vê isso em novelas e filmes, não na vida real. Era o que eu achava até então.
E eu disse que não, não era bem assim. Precisávamos conversar a respeito. Acho que nesse momento, ela pensou que eu fosse propor um aborto. Longe de mim, apesar de eu ser a favor. Mas não iria pedir para ela matar o meu filho. É o que se vê em filmes e novelas também.
Ficamos de resolver isso depois. Dei-lhe um beijo na testa e ela foi para casa. Eu voltei para o shopping.
Comprei um chope, voltei para a mesa em que estávamos e acendi um cigarro. A vida é mesmo engraçada. Eu sempre busquei neles a resolução para os meus problemas. Mas o álcool que em pouco começa a fazer algum efeito e a fumaça que agora aquece meus pulmões não resolvem nada.
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