Formada em Londres, em 1992, a banda de rock Bush encerrou suas atividades em 2002, meses depois de lançarem o talvez melhor álbum de sua carreira, “Golden State” (2001). Antes dele vieram os ótimos, porém irregulares, “The Science of Things” (1999) e “Razorblade Suitcase” (1996), e o excelente disco de estreia, “Sixteen Stone” (1994).
Apesar de ser um grande disco, “Golden State” não trazia muitas novidades ao som da banda, o que soou como repetição. Na época, era comum ler que o Bush estava apenas “imitando a si mesmo”. O que não é de todo verdade, afinal, nos dois discos anteriores a banda havia tentado seguir um caminho diferente de “Sixteen Stone”, experimentando nuances diferenciadas de som. “The Science of Things” e “Razorblade Suitcase” são discos até um tanto soturnos, pode-se dizer, enquanto que o primeiro álbum é bem mais agitado.
Em “Golden State” a banda voltou justamente ao som do disco de estreia, priorizando o lado mais enérgico das músicas, colocando ainda mais distorção e vibração nas canções. Ele foi lançado pouco depois dos ataques de 11 de setembro, que interferiu diretamente em pelo menos duas escolhas feitas para o álbum. Primeiro, a capa, que teria um avião; e segundo, na música “The people that we love”, que antes carregava o nome de “Speed kills” (“Velocitade mata”).
A boa notícia é que o Bush está de volta. O líder da banda, Gavin Rossdale, anunciou o retorno e já divulgou tanto uma nova música (“Afterlife”, que pode ser ouvida neste link) quanto o título do novo álbum, “Everything Always Now”, a ser lançado ainda este ano.
Enquanto o Bush estava separado, Rossdale formou uma nova banda, o Institute. Eu acabei comprando o CD deles e gostei bastante, até por conta de o som parecer com o do Bush. O engraçado é que “Afterlife” tem mais cara de Institute do que propriamente de Bush. A diferença basicamente é a seguinte: o som do Bush é um pouco mais lento e é envolto por uma certa atmosfera que é impossível de ser definida. Só ouvindo para saber como é. Já o som do Institute é mais rápido, mais ágil. Entre uma banda e outra, fico com a primeira. Só espero (e torço) que eles não façam como o The Verve, que voltou há alguns anos e produziu um disco sofrível, que em nada acrescenta à bela carreira que eles construíram. A contar por “Afterlife”, vem coisa boa por aí.
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