A verdade é que o amor que sinto por você me deixa atônito, perdido (assim também me deixa a sua beleza). E, sempre que me vejo escrevendo algo para você, me vem à mente aquele grande clichê que diz assim: “já não tenho mais palavras para expressar o que sinto”. O problema – e, acredite, é um problema enorme para quem se diz escritor – é que o tal clichê é a pura verdade.
Afinal, o que dizer, se você já me ouviu dizer tudo? Ao menos é o que penso. Me ocorre agora que pode haver algo que eu ainda não tenha dito. Sim, é perfeitamente possível. Mas não acho muito provável. Eu já te disse que
– Te amo;
– Não vivo sem você (ok, isso é um exagero, mas meu amor por você é exagerado);
– Você é minha vida (aqui as mesmas palavras do parêntese acima);
– Sem você eu não sou ninguém (que, pensando bem, é a mesma coisa do segundo tópico; ou quase)
– Vou te amar para sempre (ah, isso não é exagero);
– Não me imagino sem você (parece ser a mesma coisa que disse no segundo tópico, mas não é; não me imaginar sem você significa ter você em todos os meus planos, ou seja: você vai ser minha esposa, a mãe dos meus filhos, a mulher que sempre estará ao meu lado etc.)
Te disse também outras coisas, ou as mesmas listadas acima, mas com outras palavras. Só não lembro de tudo, você conhece minha memória.
E me ocorre agora que, nesses quatro anos em que estamos juntos – detalhe: nos conhecemos há mais de oito -, ainda não consegui saber tudo sobre você. Não, não nos conhecemos completamente. E isso não é ruim, de forma alguma. É, penso eu, justamente isso que nos aproxima cada vez mais, esse desejo que temos (imagino que você tenha a mesma vontade que eu) de nos conhecer completamente. Óbvio que nos conhecemos muito e sabemos detectar nos pequenos detalhes de nós dois as nossas angústias, os nossos estados de espírito. Você sabe o que fazer para me agradar, eu sei o que fazer para te agradar. Você sabe do que não gosto, eu também sei o que te irrita. Mas não sabemos tudo. Há muito mais coisas que posso fazer para te deixar feliz, para arrancar um lindo sorriso teu. Sei que existem mil maneiras de te deixar irritada, com aquela cara de “braba” que só você tem e que eu acho linda.
Temos também muita coisa a fazer juntos. Lugares para visitar, pessoas para conhecer. Temos amigos em comum que nunca vimos pessoalmente. Temos lugares que sonhamos conhecer desde antes de nos conhecemos e, veja só!, vamos conhecê-los juntos.
Enfim. Eu poderia perfeitamente continuar escrevendo sem parar sobre você, sobre nós dois. Mas já ultrapassei a cota de desobediência a uma das instruções do poetinha, o Vinicius, que sempre faço questão de citar, quando falo de você. Ele ensina que não se deve falar demais sobre bem-amada, e já falei demais de você. Mas, ele bem sabe que só faço isso muito de vez em quando, porque lá de cima ele nos observa e cria poemas e canções em sua homenagem, e em homenagem ao nosso amor.
Ah, ele cria. Pode ter certeza que sim. Eu sei disso porque vejo no céu. Cada estrela que vemos é um poema ou uma canção que o Vinicius fez pra você.
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