Quando se fala em corregedoria você precisa pensar em algo como um santuário da integridade e da honestidade. Um bom exemplo disso é o personagem de Russel Crowe em “O Gângster“, que tem também o sempre fora de série Denzel Washington.
No filme, Crowe é um policial exemplar que faz advocacia e deseja lutar por um mundo melhor. Essa coisa que todo jovem já fez mas, depois que vira adulto, esquece e segue em frente, atrás de um emprego melhor e mais dinheiro no bolso – os outros e o mundo melhor que se danem.
É mais ou menos assim que pensam os políticos. Alguns deles, quando jovens, lutaram por um ideal de justiça, igualdade e fraternidade (quase o liberdade, igualdade e fraternidade da França). Mas, depois de verem que a carreira política é um belo trampolim para a ascenção social, eles não pensam duas vezes: dane-se a luta honrada, venham os vinténs.
Em “O Gângster”, felizmente, o personagem de Crowe não sucumbe à ambição ou à inescrupulosidade. Ele segue honesto até o fim, ao menos em sua profissão – porque sua relação com a esposa não é das mais honestas. Mas, e daí, se ele pode salvar o mundo? Que pegue todas as mulheres que quiser. Se bem que, até nisso, ele se redime, perto do final. O super-policial (não lembro agora se tem hífen e nem vou checar, relevem) consegue prender todos os seus colegas corruptos, claro. Não contarei o resultado de sua luta contra a máfia porque seria demais. Aluguem o filme, é muito bom.
Mas enfim, não vim aqui falar de Russel Crowe e Denzel Washington. Vim falar – na verdade, só comentar – do desagradável, desonesto, ladrão, safado e picareta Edmar Moreira. Vocês certamente o conhecem, é o imbecilíssimo deputado que está na mídia por conta de ter construído um castelo lá no interior das Minas Gerais.
Esse idiota era corregedor da câmara dos deputados. Sim, vejam só. Um enganador, salafrário, corrupto e outros adjetivos mais, era corregedor da câmara dos deputados. Agora, imaginem: se o corregedor da câmara é um vigarista de primeira linha, que passou anos desviando as contribuições ao INSS de funcionários de empresas suas, imaginem a situação dos outros deputados?
O pior de tudo é que, em agosto de 1999, a revista Veja denunciava o patife. Quase 10 anos para uma denúncia surtir efeito? São lesmas trabalhando em Brasília? E por que cargas d’água os empregados do sem-vergonha não denunciaram a droga do não pagamento de FGTS antes? Ou, se denunciarem, por que isso não foi investigado da maneira devida?
Há algo de muito sujo, podre e fétido no reino do Distrito Federal. E temo não haver mais solução nem sabão que dê jeito.
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