Atenção: este post não é à prova de falhas e foi escrito por um leigo. Caso encontre alguma informação incorreta no texto, agradecerei a correção.
Não sei por que, mas sempre simpatizei com Pedro Malan. Sentia segurança nele, me parecia um excelente ministro. Aliás, ele foi um excelente ministro.
Mas aí o Lula vem e me coloca o Guido Mantega na pasta da Fazenda. Em plena crise financeira mundial, o cara me aparece com esta: “O Brasil já estaria de quatro em outras circunstâncias“. Tudo bem que a economia brasileira está mais resistente que há alguns anos, mas precisava falar esse “de quatro”?
Pedro Malan não usaria tal expressão. Pedro Malan é um gentleman. Esse Guido Mantega parece aquele cara que assume a presidência de uma associação de moradores, um Juvenal Antena, que nem falar direito sabe. Pior, não é nem um pouco elegante. É impressionante como nenhum terno lhe cai bem.
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Agorinha há pouco a Globo, no Jornal da Globo, quis pegar o Henrique Meirelles pra Cristo. O cara é inteligentíssimo, e um gentleman também. William Waack (até tu, William?) e Carlos Alberto Sardenberg fizeram uma sabatina com o presidente do Banco Central brasileiro, fuzilaram Henrique Meirelles com perguntas agressivas e capiciosas, mas Meirelles saiu-se muito bem, obrigado. Pelo visto, foi bastante sincero. Não quis deixar ninguém alarmado, mas também não saiu dizendo que o mundo é belo e que amanhã tudo vai ser uma maravilha. Pelo contrário. Afirmou que é provável que a crise se arraste por um bom tempo, mas que o Brasil realmente está melhor preparado para enfrentá-la.
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Já o Joelmir Beting, na Band, foi bem menos apocalíptico e bem mais sensato. Ao falar da “fuga” dos investidores estrangeiros do Brasil, que ajudou a Bovespa a ter o pior índice desde os atentados de 11 de setembro (já estão usando, aliás, a expressão “15 de setembro”, para falar desse dia terrível para a economia), deu a única explicação possível, a explicação correta: eles estão tirando seus investimentos daqui para cobrir os rombos acolá. Não estão indo embora por medo do nosso mercado, estão indo embora por medo do mercado deles!
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E como essa crise começou? Com os caloteiros. Na empresa de cartão de crédito que eu trabalhava, a grande maioria das pessoas que negociava a dívida do cartão não poderia tê-lo novamente. Jamais seria cliente da empresa outra vez. E as pessoas reclamavam, achavam errado. Pois foi por causa de pessoas assim que a economia americana quebrou. Se eu entendi bem, aconteceu assim: o cara pegava um empréstimo num banco e dava a casa como garantia. O banco, achando que o indivíduo pagaria o empréstimo em dia (como puderam ser tão ingênuos?), tomava um empréstimo com outro banco ou fazia despesas a prazo, que seriam pagas com os juros do empréstimo que o cara lá ia pagar. Mas aí o cara deixou de pagar as parcelas do empréstimo e a despesa que o banco fez era maior que o valor da casa do rapaz. Ou seja: mesmo o banco tomando a casa do indivíduo e fazendo dinheiro com ela, ficava lá o prejuízo.
É como se, para pagar uma dívida de 500 reais, eu fizesse um empréstimo de 600, mas que, com os juros, fosse para mil reais. O banco usaria esses 400 reais de sobra para, sei lá, comprar material de escritório, parcelado. Mas aí eu deixo de pagar ao banco; e o banco, sem meu dinheiro, deixa de pagar o fornecedor de material de escritório, que, por sua vez, deixa de pagar alguém também. Enfim, uma loucura.
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Aí vão alguns links pra quem quiser entender essa putalhada toda da crise econômica mundial, do mercado imobiliário americano e também ler um artigo sóbrio sobre a situação brasileira nessa bagaça:
MAS ANTES, um aviso: é preciso ter estômago, ler em silêncio e ter paciência. Não é tão fácil entender a situação toda. Quer dizer, ao menos não é pra mim, que tenho o raciocínio meio lento para o lado dos números.
[-> Entenda a bolha imobiliária dos EUA, via G1
[-> Entenda a crise financeira que atinge a economia dos EUA, via Folha
[-> Calma que o Brasil é nosso!, artigo do economista José Paulo Kupfer
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