Na MINHA opinião, a Ediouro errou feio no projeto gráfico do livro “Uma vida nova e feliz…“, do jornalista Ricardo Kotscho, que leva o subtítulo “… sem poder, sem cargo, sem carteira assinada, sem crachá, sem secretária e sem sair do Brasil”. A capa parece capa de livro de auto-ajuda. E, inclusive, se você reparar no link do Submarino, ele está estava cadastrado lá na área de “Auto-ajuda”. Pior: “Auto-ajuda brasileira” (mudaram isso de sexta-feira pra hoje, que coisa).
Pior pelo seguinte: enquanto a auto-ajuda dos americanos é quase mercenária e faz o leitor ficar meio mercenário também, a brasileira é muito boazinha, muito fofinha demais.
Dia desses fui indicar o livro de Kotscho a um cliente e ele falou logo: “isso aí é auto-ajuda!”. Não adiantou eu dizer que não era, que é um livro de crônicas e ensaios, que o Kotscho é um grande jornalista. Imagem é tudo, já disse alguém.
Tomara que alguns levem gato por lebre, e comprem o livro achando mesmo que é de auto-ajuda. Minha mãe gostou do título e da capa, se apropriou dele e começou a ler. Se está gostando, não sei, espero que sim. O livro tem tudo pra ser bom. A introdução dele é fenomenal, excelente. Li algumas crônicas e gostei bastante. Ler inteiro não sei quando leio. Mas vontade não falta.
Talvez o Kotscho tenha vacilado um pouco, também. Acho que o autor é quem dá o “ok” final em tudo. Opinião MINHA, mais uma vez: ele podia ter batido o pé e dito que o livro não sairia com aquela capa, sei lá. Enfim: gosto é gosto, opinião é opinião. Mas só pra deixar registrado: tem gente passando longe achando que é auto-ajuda.
Falando nisso, estou quase começando a escrever um livro nessa área. É sério. Tanta gente me pede conselho, tanta gente desabafa comigo, acho que tenho já alguma bagagem pra escrever uns bons 20 a 30 textos sobre o assunto. Principalmente se eu colocar uma pitada de auto-ajuda empresarial no meio. Ediouro, Sextante, tão afim de bancar?
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