Um pouquinho de política

O senador Aloísio Mercadante que me desculpe, mas desse jeito fica complicado defendê-lo. Na votação pela cassação ou não do presidente do senado Renan Calheiros, Mercadante se absteve. Ou seja: não votou nem a favor nem contra a cassação.

Justificou-se, dizendo o seguinte:

“Eu não votei ‘sim’ porque não me parece que esse parecer traga uma prova conclusiva de que a empreiteira pagou as despesas do senador. Eu não votei ‘não’ porque isso significaria arquivar essa denúncia, e eu acho que ela tinha que ser aprofundada para ser conclusiva. Eu me abstive porque considero que há três denúncias no Conselho de Ética que sequer foram apreciadas.”

Pelo que sei, mesmo sendo Renan Calheiros cassado, ele poderia continuar sendo investigado. Alguém me corrija se eu estiver errado, por favor. Então, o senador Mercadante, que eu tanto admirava, não fez o que deveria fazer, que era ter votado a favor da cassação de Renan Calheiros. Apenas seu voto não resolveria a situação, mas ao menos ele teria feito a parte dele corretamente.

Aí agora os senadores oposicionistas ao governo, depois da absolvição de Renan, querem parar o congresso e obstruir as votações de projetos. Um dos mais importantes, que é o da prorrogação da CPMF (aquela taxa que você paga por toda movimentação bancária que faz), pode não ser aprovado. Os senadores de oposição dizem, em tom de vingança, que “o governo vai ter o troco”. A CPMF dá aos cofres públicos algo em torno de 40 bilhões de reais por ano. É um dinheiro que tem servido para desafogar algumas despesas do governo. Verdade que existem despesas em excesso (não sei quantas dezenas de “cargos de confiança” que poderiam ser extintos, por exemplo), mas esse dinheiro faz possível maiores investimentos na área da saúde. Se a coisa está feia com esses 40 bilhões, imagine sem eles?

Sou contra esse tipo de bravata, de barrar um projeto que vai prejudicar o País, para se vingar do governo. Poderia ser feito um outro tipo de protesto ou oposição, não sei. O que sei é que o homem dos bois, laranjas e emissoras de rádio deveria ter renunciado faz tempo, ou no mínimo se afastado do cargo. Dá embrulho no estômago vê-lo sorrindo nas sessões do senado, e ainda ter a cara de pau de dizer, depois de ouvir Cristóvam Buarque falar que melhor seria para o País se ele renunciasse, que “A democracia é bela porque permite momentos como este”.

Bela é o cacete. Democracia demais dá nisso. O Presidente Lula deveria tomar alguma atitude, e dar um jeito de destituir esse homem do cargo. Às vezes penso que um Presidente da República deveria ser um homem mais honesto, ativo e detentor de mais poder. Uma pena não haver bons homens capazes de possuir tanto poder em mãos.

Uma ditadura com homens honestos no poder seria bem-vinda. Acho.

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