Time de guerreiros

Do jogo entre Fluminense e LDU ontem, valendo o título da Copa Sul-Americana, muita gente vai preferir se apegar ao fato de Fred, atacante do tricolor carioca, ter perdido a cabeça e ter, justamente, encostado a sua na testa do árbitro, ao protestar sobre a marcação de uma falta para a LDU – falta essa que não existiu.

Como se fossem pacientes feito Jó, os críticos de Fred certamente nunca perderam a cabeça com nada, nunca se exaltaram no trabalho ou mesmo em casa, com filhos ou com a mulher, ou com o amigo ou a namorada.

Fred, ontem, deixou que sua revolta tomasse conta de seu protesto, que poderia, sim, ser feito de maneira menos veemente. Mas como fazer isso naquele momento do jogo, faltando apenas um único gol para levar a decisão para a prorrogação, sendo a falta marcada justamente numa jogada limpa de ataque do Fluminense?

Depois da expulsão de Fred, o jogo esfriou, a própria torcida sentiu o impacto da saída do atacante e as manifestações ficaram um tanto mais tímidas. Era notório que o Fluminense tinha as chances de fazer mais um gol diminuídas. Mas o time foi bravo, guerreiro, como gritavam os torcedores, e tentou fazer com que o jogo não terminasse ao fim do segundo tempo.

Não obstante o esforço de todo o time, principalmente de Diguinho (na foto acima/ao lado, emprestada do G1), o herói da noite, e da vontade de Ruy, que entrou no segundo tempo – claramente nervoso e fez até algumas trapalhadas -, o título não veio. Mas fica a lembrança da histórica noite em que o Fluminense, caindo pelas tabelas no Campeonato Brasileiro, honrou a camisa tricolor e lutou até o último segundo pelo título.

Foi um jogo que certamente entrou para a história do clube, e vai ficar na memória de todos aqueles que estiveram ontem no Maracanã ou mesmo que assistiram ao jogo pela TV. Uma belíssima demonstração do que uma torcida pode fazer por seu time, e do que um time pode fazer por sua torcida. Todo o resto – a goleada no primeiro jogo, os juizes subservientes, lambanças dos jogadores da LDU e a frustração por não ter conseguido o título – deve ser esquecido.

Lembremos apenas do time de guerreiros.

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