Sobre essa coisa do fim dos jornais

Escrevi um texto sobre o assunto que já pode ser lido neste link. Mas em 2007 escrevi um outro que, relendo agora, tapa os buracos desse novo. Aí vão dois trechos que julgo serem importantes:

“Na internet, o ensaio de um jornalista como o americano Gay Talese não teria a mesma repercussão que teria se fosse publicado num jornal impresso. Na rede, o texto se perderia, e sofreria com os leitores-pula-pula, que com certeza não leriam a reportagem inteira. Não há espaço na internet para gente do quilate de Gay Talese ou David Remnick, por exemplo. Diversos jornalistas e colunistas que fizeram carreira em veículos impressos têm blogs e colunas em diversos sites. Mas aí é que está: se eles vieram da mídia impressa, por que ela deveria acabar, se é ela que tem financiado, digamos assim, o melhor conteúdo dos sites e blogs?”

“Como leitor, não tenho interesse em ler matérias ou posts nos quais o sujeito fez uma pesquisinha no Google, deu uma olhadinha na Wikipedia e publicou seu texto baseado nas informações adquiridas em sua ‘pesquisa’. Como leitor, me interessa o jornalista que levanta a bunda da cadeira para ver o fato como ele é. Me interessa o jornalista ou articulista que leu não só uma ou duas notícias relacionadas ao fato sobre o qual ele vai escrever, mas sim uma série de textos sobre o assunto. Me interessa o jornalista que luta até o fim para descobrir a veracidade de uma informação ou para consegui-la. Existe algum blogueiro que faça isso? Existe. Mas quantos são?”

***

Ainda sobre esse assunto, não deixem de ver esta entrevista que Lúcia Guimarães fez recentemente com Gay Talese.

This entry was posted in Imprensa, No Digestivo. Bookmark the permalink. Post a comment or leave a trackback: Trackback URL.

9 Comments