Rua Caetés, do Suéteres

Se Pirassununga não fosse uma pequena cidade do interior do estado de São Paulo, ela obrigatoriamente deveria ser uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. Porque foi lá em Pirassununga que quatro amigos formaram a mais gaúcha das bandas paulistas: Suéteres.

E de fato em minha mente Suéteres era uma banda gaúcha formada em Porto Alegre. Pelo menos até meses atrás quando, procurando maiores informações sobre o quarteto, fiquei sabendo de onde eles realmente são.

O Suéteres lançou há alguns meses o excelente disco “Rua Caetés”. Composto por 12 canções, “Rua Caetés” é um dos trabalhos mais originais que ouvi nos últimos tempos. Não que a banda apresente algo inovador, que jamais tenha sido tentado. Se bem que, sinceramente, não me ocorre agora uma banda com a qual se possa fazer um paralelo.

O que mais chama a atenção é a sobriedade das músicas. Apesar de a influência do rock sessentista ser bastante presente, não há exageros, e a banda não fica apenas nisso. Há pitadas de folk e indie-rock Além disso, as composições são todas impecáveis. Algumas têm até um quê de jovem-guarda, como a bela “Se for de aplaudir”, uma das melhores do disco.

A maioria das músicas são vibrantes, com guitarras se destacando, mas há também canções melancólicas, como a acústica “Vale se jogar”, a emocionante “Dia em preto e branco” (“Mudei, sozinho, a direção/ Me agrada mais seguir a voz do coração”) e a linda “Antes e depois”, que tem uma das estrofes mais belas de todo o disco (“Nem lembra do que passou/ Tem tanta cor ao redor/ Recordação nem ficou/ E ser feliz ela sabe de cor”).

Eis aí mais uma banda brasileira que faz um trabalho brilhante e que infelizmente não tem (ainda) o reconhecimento que merece. Parafraseando um dos versos de “Vale se jogar” que diz “Dó de quem troca um hoje por dois amanhãs”, digo o seguinte: dó de quem troca o Suéteres por qualquer um desses Restart/NX Zero/Cine da vida.

Hoje, 09 de julho, o Suéteres se apresenta às 22:00 em Pirassununga, no 1º Rock in Roça, na Bodeguita. Quem puder ir, vá, garanto que não vai se arrepender. Quem não pode tem a opção de baixar gratuitamente tanto o “Rua Caetés” quanto o EP “Quem dera”, no site da banda. Abaixo, o clipe de “Eu já vi pior”, uma das melhores músicas do disco.

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