É mania de todo humorista brasileiro fazer sarro do Rubinho, mas todo mundo se esquece que o cara foi duas vezes vice-campeão de Fórmula 1, atrás justamente de Michael Schumacher, que gozava de um prestígio sem precedentes dentro da Ferrari.
Ser vice-campeão de qualquer coisa, no Brasil, é como uma ofensa. Dia desses a torcida do Botafogo, time que o competentíssimo técnico Cuca – hoje no Flamengo – dirigiu umas duas vezes, se não me engano, gritava, eufórica, após o time alvinegro conquistar o primeiro turno do campeonato carioca, “Vice é o Cuca” ou algo do tipo. Isso porque, enquanto Cuca foi técnico do Botafogo, o time foi derrotado, se não me engano pelo Flamengo, na final do primeiro e segundo turno do certame regional. Como se a culpa fosse dele. Uma completa bobagem e uma falta de respeito extrema a um técnico de caráter inquestionável e um dos poucos que respeitam os clubes em que trabalham.
Rubinho perigava não disputar a temporada deste ano na Fórmula 1 por falta de contrato com alguma equipe. A Honda, escuderia pela qual ele correu em 2008, pulou fora da competição, por questões financeiras. Mas, mesmo antes disso, já havia a conversa de que eles não aproveitariam Rubinho – que, aliás, fez milagres com o péssimo carro desenvolvido pelos japas – e colocariam Bruno Senna em seu lugar – por causa da história que Ayrton Senna, seu tio, tem com o motor Honda etc. Mas a Honda foi vendida – a nova equipe deve se chamar Brown Racing – e Rubinho vai correr mais uma temporada.
Ele é o piloto de Fórmula 1 que mais disputou grandes prêmios. Foi duas vezes vice-campeão sendo colocado de lado pela Ferrari, que sempre privilegiou Schumacher. Rubens Barrichello merece mais respeito por parte de todos os brasileiros amantes de esporte. E merece uma bela temporada em 2009. Como diria o Galvão Bueno: Vai, Rubinho!