Que outrora

As tuas mãos
Que outrora passearam pelo meu corpo
E me fizeram sentir sensações outras

Os teus olhos
Que outrora cruzaram tantas e tantas vezes com os meus
E me fizeram derramar lágrimas outras

Os teus lábios
Que outrora beijaram os meus e além de…
E me fizeram arfar ares outros

As tuas narinas
Que outrora sentiram os cheiros meus
E me fizeram quase me perder de mim

Os teus ouvidos
Que outrora ouviam meus lamentos
E recebiam com prazer minha língua

Nada disso tem mais sentido
A sete palmos do chão

* Poema escrito há mais de dois anos, certamente sob influência de Augusto dos Anjos, Olavo Bilac e/ou Álvares de Azevedo, que acabei de achar no 3 Vozes. Se o lapidasse, acho que conseguiria torná-lo um poema digno. Mas tenho preguiça.

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