Pull the pin (ou “O novo do Stereophonics”)

Pull the pin” (“puxe o pino”), mais recente álbum do Stereophonics, não tem nada de muito novo em relação ao anterior “Language. Sex. Violence. Other?” (precisa traduzir?), que foi quando a banda deu uma diferenciada no som. Antes deles vieram “You gotta go there to come back” (“você precisa ir lá pra voltar”) e “Just enough education to perform” (numa tradução literal e não sei se correta, “apenas o estudo necessário para executar”), que são discos mais acústicos, com uma boa dose de rock sessentista ou setentista, não sei (e antes, ainda, vieram “Word gets around” e “Performance and cocktails”, mas como não os tenho originais e os ouvi muito pouco, não “entram” aqui no post). Na verdade, eu nem deveria estar falando disso aqui, já que não entendo bulhufas de música.

O caso é que “Language…” e “Pull the pin” se aproximam muito pelo fato de não haver tanto a presença do violão, nas faixas. A distorção das guitarras está mais, digamos, suja, e a bateria está mais seca, acho eu.

Apesar da proximidade entre os últimos dois álbuns – e, se for ver, a cada dois anos o Stereophonics se renova -, não posso dizer que este último seja uma mera repetição da fórmula usada em “Language…”. As músicas em “Pull the pin” estão mais “limpas”, digamos. Me parece que havia mais instrumentos nas canções de “Language…” e um tímido flerte com alguns efeitos eletrônicos. Kelly Jones, o vocalista da banda, é quem compõe todas as músicas, salvo raras exceções. Isso me leva a crer – aliás, isso é óbvio – que os discos da banda saem de acordo com o humor do Kelly. Se ele estiver meio deprimido, o disco vai ser deprimido (“You gotta go…”); se ele estiver confuso, o disco será confuso (“Language…”); se ele estiver puto da vida, o disco vai ser puto da vida. E acho que é o caso de “Pull the pin”. E não é para menos: Kelly Jones está puto com o mundo.

Já na primeira faixa, “Soldiers make good targets” (algo do tipo “Soldados são bons alvos”), ele canta “What kind of place are we living now?/ Watching wars live, via satellite/ You carry a gun but no smoking inside” (“Em que tipo de mundo estamos vivendo agora?/ Assistindo guerras ao vivo, via satélite/ Você pode andar armado mas não pode fumar dentro“).

Na segunda, “Pass the buck”, ele diz “Yes you lie. All the time/ And i don’t believe you/ Dodging blame. Catching planes” (“Sim, você mente. O tempo todo/ E eu não acredito em você/ Fugindo da culpa. Estragando planos“).

A quinta faixa é “Daisy Lane”, e é a mais cruel do disco. Lembrei imediatamente de “Jeremy”, do Pearl Jam. Uma estrofe de “Daisy Lane”: “15 years old, slow walking alone/ They stole his phone, he never got home/ Three boys in hoods/ A warm summer’s day/ Stuck him and killed him and then run away” (“Quinze anos de idade, caminhando devagar, sozinho/ Eles roubaram seu telefone, ele nunca voltou pra casa/ Três garotos encapuzados/ Um dia morno de verão/ O prenderam e o mataram e então foram embora“).

Não falarei mais sobre o disco porque só o ouvi uma vez, vou partir para a segunda audição agora. Mas acho que é um excelente álbum de rock. Sou suspeito para falar, já que sou fã da banda, mas quem tiver oportunidade de ouvir, ouça. Acho que vai valer a pena.

This entry was posted in Música. Bookmark the permalink. Post a comment or leave a trackback: Trackback URL.

Post a Comment

Your email is never published nor shared. Required fields are marked *

You may use these HTML tags and attributes <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

*
*