Pornopolítica

Antes de mais nada, cliquem no link a seguir http://cbn.globoradio.globo.com/cbn/comentarios/arnaldojabor.asp e ouçam o comentário do Arnaldo Jabor do dia 18 de julho.

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O acidente em si e essa coisa das visitas no blog terem aumentado vertiginosamente por causa dos posts sobre ele têm me deixado mais triste do que achei que fosse ficar. Eu não consigo entender como tem gente que procura certas coisas em sites de busca. Isso não é normal, não é. Uma pessoa normal não pode procurar coisas assim. Isso é coisa de gente doente.

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Hoje ela esteve aqui e me deu presentes referentes ao meu aniversário. Nem precisava de um, quanto mais de dois. Um deles foi o “Pornopolítica“, do Arnaldo Jabor, que quero logo ler, e que já saiu da lista de futuras aquisições aí do lado.

Folheando o livro encontrei um trecho excelente, da crônica “A mulher não existe”:

(…) eu sempre fui vítima das mulheres; eu sou hoje o que as mulheres fizeram comigo. Eu sou o que aprendi com elas. Na paixão ou no ódio, a cada mulher, eu descobri defeitos e qualidades que me formam, como acidentes que foram me desfigurando.

Quantos e quantos homens não se sentem assim?

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No Rascunho deste mês, entre outras matérias e resenhas muito boas, há trechos da participação de Flávio Moreira da Costa no Paiol Literário, evento promovido pelo Rascunho, pela Fundação Cultural de Curitiba e pelo Sesi Paraná que leva ao estado escritores brasileiros para uma conversa sobre literatura, é claro.

Dois trechinhos, pra vocês ficarem com água na boca:

Mesmo usando óculos, não enxergo muita coisa na crítica literária brasileira, não. É uma modalidade em extinção, infelizmente. Tem resenhas que até cumprem seu papel. Mas quando eu comecei, no Rio de Janeiro, ainda novo, quem é que escrevia crítica literária? Álvaro Lins, Otto Maria Carpeaux, Antonio Candido, José Guilherme Melquior. Enfim, só tinha cobra. E isso me ajudou muito. Mesmo sem ter uma obra publicada, eu lia suas críticas e lia os autores sobre quem eles escreviam. Hoje isso não existe muito. A imprensa se massificou. O lugar da literatura, na imprensa, diminuiu bastante. Os suplementos literários praticamente desapareceram. Agora, há suplementos culturais. O livro, neles, é uma entre outras coisas.

Eu me irrito diariamente. E me irrito tanto com essa realidade massacrante que é o Brasil que, talvez, em função disso, eu até procure refúgio na literatura. Agora, na literatura, o que me irrita é notar que um autor escreve e se coloca, ali, numa posição de “eu estou fazendo literatura”. Ele tem que disfarçar isso. Tem que ter um pouco de vergonha de fazer literatura.

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Eu tenho, Flávio.

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Aliás, o Flávio mandou a editora (Ediouro/Agir) dele me enviar dois livros seus que saíram recentemente. Um foi a antologia “Melhores contos de cães & gatos“, e o outro foi o romance “O equilibrista do arame farpado“, vencedor do Prêmio Jabuti de 1977, que ganha agora sua segunda edição.

A antologia, pelo que folheei, é ótima. Na verdade, o “de cães & gatos” é só mais uma desculpa para reunir em livro alguns dos melhores contos da literatura universal. Essas antologias que o Flávio organiza fazem um belo trabalho pela literatura. Com certeza tem gente que compra o livro achando que é inofensivo. Aí vai acabar lendo Tchekov, Jack London, Quiroga, Pirandello, Machado, Poe, Rubem Braga, Otto Lara Resende e dezenas de autores essenciais.

Sobre “O equilibrista…” nada tenho a dizer, ainda. Nem o folheei direito, mas somente porque quero lê-lo inteiro, começar e terminar, pois preciso corrigir uma injustiça. Resenhei, ano passado, “Malvadeza Durão e outros contos“, também do Flávio e, relendo o texto esses dias, percebi que a resenha está uma porcaria, e nem de longe faz jus à qualidade do livro. Coisas de um resenhista inexperiente.

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Eu tinha algo a dizer, mas esqueci. Ah, lembrei: ainda falta postar um texto sobre a viagem, e falar mais sobre a minha ida à Flip. Farei isso em breve, espero.

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