O Twitter, se você não sabe, é uma espécie de plataforma de miniblog. “Mini” porque os posts não podem ultrapassar 140 caracteres, sem espaços. Disse “espécie” porque ele foi transformado nisso. Mas, na verdade, o Twitter só pede que você responda a pergunta “o que você está fazendo?”. Então, se quando você abre o site você solta um pum, você deveria dizer “soltei um peido”.
Mas, claro, as pessoas não são tão bobas assim, e começaram a usar o Twitter de maneira produtiva. Além dos “twits” (que é como são chamados os “posts” do Twitter) perspicazes e engraçados que alguns usuários conseguem publicar, links interessantes eram twittados, repercussões de discussões eram feitas por lá e até mesmo cobertura de eventos, como foi na Campus Party e como já aconteceu com corridas de Fórmula 1, “narradas” via Twitter.
Fiz meu perfil lá há alguns meses, acho que entre janeiro e fevereiro, pra ver como a coisa é. Longe de virar um maníaco pela ferramenta, acabei gostando dela. Porque o Twitter – os twitteiros – me adiantava certas notícias. Se para saber determinada coisa eu tinha que entrar no G1 ou em algum outro site de notícias – e eu às vezes demoro de acessar sites de notícias, confesso -, no Twitter eu ficava sabendo das coisas que acontecem no mundo no momento em que acessava minha conta, ou no máximo 1 minuto depois.
Essa foi a maior vantagem que encontrei por lá. Uma outra, bem menor, era poder falar bobagens sem nenhuma espécie de culpa, já que lá todo mundo fala bobagem de vez em quando. A vantagem do meio – é que só consegui listar três… – foi a de dar um gás nos posts aqui do blog. Sempre que avisava, no Twitter, de um post novo, eu tinha imediatamente de 5 a 10 leitores. Cheguei a me animar com isso mas, depois, percebi que esses 5 a 10 leitores são os leitores habituais do blog e iriam visitá-lo de qualquer maneira. Então, fiquei com apenas dois prós.
Depois de alguns meses por lá, deletei minha conta. Porque os prós não compensavam os contras (quase rimou!). E os contras até que não são tão contras assim, mas, como ultimamente eu tenho me aborrecido com pouco, porque não sou mais tão tolerante como era antes – conselho: não se deve tolerar a mediocridade e a idiotia dos outros -, resolvi pular fora do Twitter.
Na verdade, talvez seja apenas um contra e talvez seja até um exagero de minha parte. A questão é que me deixou um tanto decepcionado ver pessoas seguindo outras – se no Orkut você “adiciona” e é “adicionado”, no Twitter você “segue” e é “seguido” – apenas para que elas as sigam de volta e, com isso, terem um maior número de seguidores. Muitas delas, inclusive, seguem as pessoas apenas até o momento que ela segue de volta. Depois, “des-seguem”. Algo bobo, como vocês podem ver, mas quando comecei a ser alvo disso, pensei: “Pra quê, meu Deus?”. Se fossem pobres-diabos fazendo isso, até dava pra entender. Mas pessoas inteligentes começaram a aplicar esta “tática” e eu de repente me vi desolado. Ok, “desolado” é exagero, mas fiquei desapontado.
E, agora, cá estou eu sem Twitter. Para ser sincero, não me faz falta nenhuma, palavra. Acho legal e tudo, mas ele não é nada disso que andam dizendo, não é essa revolução que muitos querem que nós acreditemos que seja. Os blogs, sim, são uma revolução. O Twitter, não. Aos que argumentam dizendo que um protesto político foi organizado através da ferramenta (na Moldávia, grande coisa… sei nem onde fica isso), respondo que via Orkut são (ou eram, não sei mais) agendadas brigas entre torcidas, por exemplo. Daqui a uns tempos podem agendar via Twitter, também. Além do mais, brasileiros foram às ruas gritar “Diretas, já!” e “Fora, Collor!” – muitas delas com as faixas sem as devidas vírgulas, é bom deixar claro; “Fora Collor”, sem vírgula, parece marca de tinta – e tudo isso sem terem blogs, Orkut ou Twitter.
Pode até ser que eu volte atrás e abra uma nova conta lá, porque, querendo ou não, é legal ter um espaço pra falar bobagens curtas. Dá pena de gastar um post do blog com uma frase – capaz de o título ficar maior que o próprio post… Mas, por enquanto, passo muito bem sem ele. E entre o Xico Sá (vide post “Não me siga, não sou novela”, do qual tomei conhecimento via Sérgio Rodrigues) e os gênios da internet brasileira, fico com um chope com o Xico Sá.
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